No mesmo dia do impeachment, o governo golpista enviou ao Congresso Nacional sua proposta de orçamento para 2017, com cortes drásticos nos principais programas sociais do país. O programa Minha Casa, Minha Vida perderá 56,7% e o da reforma agrária sofrerá redução de 52,6%, segundo levantamento do The Intercept.
Outra proposta que terá impactos gigantescos nas políticas públicas é a do congelamento das verbas da saúde e da educação por 20 anos. Programas como o Ciência sem Fronteiras, o Prouni e o Pronatec, por exemplo, já estão sendo desmontados.
A conta do impeachment fica cada vez mais salgada. Por isso, os golpistas correm para aprovar as reformas que prometeram aos empresários e ao mercado. A começar pelos direitos trabalhistas. O objetivo é flexibilizar 13º, FGTS, férias, jornada, benefícios… Aposentadoria? Só depois dos 65 anos.
É preciso privatizar “tudo o que for possível”, já avisou Temer. O Pré-Sal e a Petrobrás são os primeiros da lista.
Tudo isso era previsto no programa de governo derrotado nas eleições de 2014. O que os golpistas fizeram foi atropelar a democracia para tentar implantar na marra o que 54 milhões de brasileiros rejeitaram nas urnas.
Enquanto a turma do gigante adormecido desfilava pelas ruas de verde e amarelo para derrubar a presidente eleita, os direitos e o patrimônio do povo estavam sendo negociados.
Quem não se lembra daquele pato inflável que a Fiesp transformou em símbolo das manifestações “fora Dilma”, com os empresários bradando que não pagariam o pato da crise? Adivinhe pra quem eles querem empurrar essa conta?
Ou os trabalhadores reagem enquanto há tempo ou a gangue que tomou o Brasil de assalto fará o nosso país perder tudo o que conquistou nas últimas décadas. É urgente continuarmos nas ruas, junto com os movimentos sociais, resistindo ao golpe, mas construir a greve geral é tarefa número 01 da classe trabalhadora.
A conta do golpe estampada nas manchetes
01 – Dois dias após impeachment, governo Temer sanciona lei que autoriza pedaladas fiscais
02 – Temer pede corte médio de 30% em programas sociais, mas verba para militares e agronegócio aumenta
03 – Governo vai propor aposentadoria aos 65 anos para homens e mulheres
04 – Governo vai tentar fazer ajuste fiscal, privatizações e mexer em regras do pré-sal
05- Proposta de reforma trabalhista prevê negociação até de férias e 13º salário
06 – A todo vapor: Michel Temer quer privatizar “tudo o que for possível”
07 – Governo Temer suspende programa nacional de combate ao analfabetismo
08 – Governo Temer passa a tesoura nos programas sociais
09 – Governo propõe teto para gastos públicos com duração de 20 anos
10 – Temer admite que pode haver aumento de impostos
Fonte: FUP
