FHC admite que sabia de corrupção na Petrobrás e fingiu nada ver

No livro “Diários da Presidência”, que será lançado na próxima semana, Fernando Henrique Cardoso confirma que irregularidades cometidas pelos gestores da Petrobrás já eram de seu conhecimento desde 1996. “Acho que é preciso intervir na Petrobrás. O problema é que eu não quero mexer antes da aprovação da lei de regulamentação do petróleo”, revelou FHC, deixando claro que sua omissão tinha por objetivo privatizar a empresa, o que só não aconteceu em função da resistência dos petroleiros.

Os casos de corrupção que agora vêm à tona são reflexo da cultura de gestão autoritária que ganhou força na Petrobrás durante o governo tucano. Não é de hoje que a FUP e os trabalhadores denunciam os desmandos gerenciais praticados por predadores que há décadas agem na empresa. São os “moralistas sem moral”, como bem nomeou a presidente Dilma, em discurso no Congresso da CUT.

Os gestores cujas ações “escandalizaram” FHC, como ele ironicamente relata no livro, são os mesmos que lotearam a Petrobrás em seu governo e se beneficiaram com contratações de bens e serviços. São esses “moralistas sem moral” que tapam os olhos para o fisiologismo entranhado na terceirização desenfreada que impuseram à empresa.

São os mesmos que colocam em risco os petroleiros e enchem os bolsos de horas extras nas greves da categoria. Alardeiam que a Petrobrás está quebrada, enquanto agem escancaradamente para desmantelar a empresa. São os mesmos que desde os tempos de FHC atuavam lado a lado de Paulo Roberto Costa e de outros corruptos confessos, mas hoje posam de arautos da moralidade.

É preciso estancar a ação desses predadores e impedir que continuem agindo impunemente. Empregos e direitos estão sendo dizimados e a Petrobrás, privatizada. Nunca foi tão necessário reagir. A greve está chegando.