Ato público na Câmara Municipal de São Paulo defende regime de partilha do pré-sal

Cerca de 400 pessoas, representando as mais diversas organizações sociais e sindicais do Brasil, além de partidos políticos de esquerda, participaram do Ato Público em Defesa da Petrobrás realizado na Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira, dia 8 de abril.  

O evento foi marcado por intervenções contundentes em defesa da empresa e do regime de partilha na exploração das reservas de petróleo da camada do pré-sal em alto mar da costa brasileira.

Os participantes também criticaram o intenso cerco à empresa e ao governo federal por conta das denúncias de corrupção envolvendo ex-diretores e empreiteiras prestadoras de serviços à estatal.  

O ato foi uma iniciativa conjunta do mandato da vereadora Juliana Cardoso (PT), do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo e do Diálogo Petista. “Sabemos que está em jogo a derrubada do sistema de partilha que direciona recursos para a educação e a saúde”, disse a vereadora. “Temos que fortalecer a empresa, patrimônio do povo brasileiro e defender a democracia”.

Para José Maria Rangel, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o petróleo sempre foi alvo de disputas históricas. “Primeiro os norte-americanos diziam que não havia petróleo no Brasil, depois que não tínhamos competência e por fim que não tínhamos recursos”, afirmou. “Desde 2003, graças a investimentos pesados de R$ 1,2 bilhão em pesquisa e desenvolvimento a Petrobrás descobriu as imensas reservas do pré-sal”.

O coordenador da FUP ainda destacou as investidas no Congresso Nacional para acabar com o atual regime de partilha. “Os dois senadores tucanos de São Paulo [Serra e Aloisio Nunes] apresentaram no Senado projetos de lei para encerrar o regime de partilha e voltar ao de concessões, além de tirar a Petrobrás do posto de principal operador na exploração do pré-sal.

Os responsáveis pelos mal feitos têm que ser punidos e a empresa tem que seguir seu caminho soberano para o desenvolvimento do País”.

FHC SUCATEA –Em seu pronunciamento, o presidente da CUT São Paulo, Adil dos Santos Lima, lembrou da histórica e longa greve dos petroleiros de 1995. “Na época, o presidente Fernando Henrique Cardoso realizou intervenção no Sindicato e chegou até a cassar seu patrimônio num atentado contra os direitos dos trabalhadores”, comentou. “Suas investidas foram para sucatear a empresa e preparar a sua privatização como ocorreu com a Vale do Rio Doce”. 

O ex-deputado Estadual (PT) Adriano Diogo ressaltou  a importância geopolítica da Petrobrás para o Brasil. “Após a 2ª Guerra, Inglaterra e Estados Unidos não concordavam com a criação da Petrobrás que só se viabilizou com as grandes mobilizações populares nas ruas”, disse. “Hoje, o ataque   sistemático à Petrobrás faz parte do golpe em andamento da direita. Vivemos agora no Brasil um parlamentarismo branco”.

Também fizeram uso da palavra Ronaldo Leite, (presidente executivo da Central dos Trabalhadores Brasileiros), Raimundo Bonfim (Central dos Movimentos Populares), Markus Sokol (Dialogo Petista), Cibele Vieira (Confederação Nacional dos Químicos), Carlos Neder (deputado Estadual PT), Jamil Murad (presidente do PC do B), Ricardo Gebrin (Consulta Popular), Luã Cupollillo   (Juventude Revolução) e Lira Alli (Levante Popular).

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo