A secretária Nacional de Juventude da CUT fala sobre a 13ª Plenária Nacional da Central que debaterá liberdade e autonomia sindical







Originalmente publicado no Portal da CUT

Começa na próxima semana a 13ª Plenária Nacional da CUT que ocorrerá no município de Guarulhos, em São Paulo, trazendo como tema central o debate sobre Liberdade e Autonomia Sindical, princípios que nortearam a história de fundação da CUT.

A secretária Nacional de Juventude da CUT, Rosana Sousa, em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, destaca a importância da atualização do projeto político-organizativo da Central, fortalecendo as entidades rumo a uma nova estrutura e cultura sindical, que deve estar a serviço da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, pautada pela mais profunda democracia e autonomia de classe.

Confira a entrevista:

A 13ª Plenária Nacional da CUT começa na próxima semana. Na sua avaliação, qual o principal desafio desta Plenária?

A importância histórica da realização desta Plenária está no fato de que, quase 30 anos depois de sua fundação, a CUT, ao mesmo tempo em que retoma com centralidade seus princípios históricos de luta em defesa da liberdade, da autonomia sindical e do fim do imposto, aceita o desafio de atualizar-se diante das mudanças ocorridas no mundo do trabalho nestas três últimas décadas.

A luta pela liberdade e autonomia é uma das tarefas primordiais do sindicalismo CUTista e para isso é necessário atualizar as entidades sindicais rumo a uma nova estrutura e cultura sindical, que deve estar a serviço da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, pautada pela mais profunda democracia e autonomia de classe.

Ocorreram mudanças significativas no mundo do trabalho e na composição da classe trabalhadora e, será através da atualização que faremos na Plenária, que encontraremos as respostas ao desafio de organizar a maioria da classe trabalhadora, que não está nos sindicatos atualmente.

São milhares de jovens e mulheres que foram incorporados ao mercado de trabalho, seja na formalidade ou na informalidade, e que o movimento sindical precisa de renovaçãopara dar conta demostrar-se como um espaço atrativo e capaz de organizá-los. O sentido de atrativo aqui é mostrar que quem está hoje organizado no sindicato conquista melhorias imediatas e reais para sua vida. A maioria dos sindicatos obteve aumentos salariais reais, assim como ampliou direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Hoje, quem está fora dos sindicatos ou perde direitos ou não avança neles.

 

Além da atualização organizativa da CUT, a Plenária ocorrerá em um momento em que se consolida uma disputa político-ideológica em torno do modelo de desenvolvimento para o país. Neste sentido, quais outros pontos em pauta nesta Plenária que você destacaria?

Destaco a necessidade da CUT realizar um movimento de assumir o desafio de inserir uma profunda inovação política no centro do modelo de desenvolvimento ainda em gestação que estamos passando. Trata-se de incidirmos para aprofundar a dimensão política democrática deste modelo. Assim, a CUT deve assumir a luta pela reforma política afirmando que ela não pode ficar restrita aos parlamentares, mas fazer parte também da pauta dos trabalhadores e trabalhadoras. A ampliação da democracia deve ser feita também nos espaços sindicais, garantindo, por exemplo, a organização nos locais de trabalho e a defesa dos mandatos sindicais. Estes pontos também serão prioritários nesta Plenária.

Como você disse, a Plenária resgatará com força os princípios históricos da CUT assim como fará uma atualização organizativa da Central. Neste sentido, qual a sua avaliação e como que a CUT deve atuar para fortalecer as alianças com os demais movimentos sociais?

De fato a luta unitária da CUT com os movimentos sociais do campo e da cidade é uma forte característica desde a fundação da CUT. Hoje essa unidade se constroi a partir da pressão pelas mudanças. A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) é espaço estratégico dessa unidade. Nela, estão os movimentos sindical, estudantil, feminista, de trabalhadores/as rurais sem-terra, de combate ao racismo e à homofobia, dentre outros. Neste sentido, as maiores e mais representativas organizações populares do país organizam-se na CMS para propor avanços na melhoria das condições de vida do povo trabalhador. A 13ª Plenária deverá reforçar este espaço enquanto prioritário nas alianças de nossa Central e reafirmar o papel protagonista da CUT nas lutas da classe trabalhadora.

 

Enquanto Secretária Nacional de Juventude, você destacaria um desafio específico relacionado ao tema da juventude nesta Plenária?

Sim. Destacaria a necessidade de atualizarmos nosso projeto organizativo levando em conta também que a juventude brasileira é uma juventude trabalhadora e que nossa Central deve desafiar-se e criar condições para organizar esta juventude. A Secretaria Nacional de Juventude da CUT foi criada no último Congresso, então esta será a primeira Plenária que contará com este espaço institucional.

Há uma forte avaliação de que a Secretaria foi fundamental para avançar nos temas de juventude. Então queremos reforçar a necessidade de que os sindicatos, Confederações e Federações CUTistas também criem suas secretarias de juventude e sempre que possível, um coletivo de juventude, para que mais jovens trabalhadores/as sejam envolvidos nas discussões e nas tarefas relacionadas com a juventude.