O diretor da FUP fala sobre as práticas antissindicais dos gerentes da Petrobrás na Bacia de Campos e no Aeroporto de Macaé







O que aconteceu na terça-feira, 22/02, no aeroporto de Macaé?

Durante uma setorial de rotina realizada por mim e pelo diretor do Sindipetro-NF Wilson Reis, no Aeroporto de Macaé, na última terça-feira, 22/02, nós fomos abordados de forma acintosa e desrespeitosa pelo Gerente Executivo do Sul/Sudeste da Petrobrás na Bacia de Campos, que através de agressões físicas, interrompeu nosso diálogo com os trabalhadores.

O mesmo gerente afirmou que o informe sobre o incêndio em PCH-2, publicado no boletim semanal do Sindipetro NF, é mentiroso, e ameaçou a proibição da entrada de dirigentes sindicais no aeroporto.

Para nós, representantes do sindicato, atitudes como estas representam uma verdadeira tentativa de atentado contra a organização da entidade de classe e representação dos trabalhadores. O ataque da gerência da empresa à organização sindical causou bastante indignação aos trabalhadores e à direção do Sindipetro NF, que de imediato, repudiaram o fato com veemência.

Que semelhanças este episódio tem com a retaliação da Petrobrás no ano passado em relação às denúncias de insegurança nas plataformas? Na época, a empresa chegou a impedir os sindicalistas de entrarem no aeroporto para conversar com os trabalhadores…

A prática antissindical, e atitudes reacionárias por parte dos gerentes da Petrobrás, relativas às questões de SMS em todo sistema Petrobrás não é diferente das ocorrências que tivemos na Bacia de Campos. O abuso de poder em algumas unidades da empresa, cometida por parte de seus gerentes, mostra o despreparo e a falta de compromisso com uma das maiores empresas de petróleo do mundo.

Como as gerências da Bacia de Campos estão tratando as denúncias e reivindicações dos trabalhadores e do Sindipetro-NF em relação à segurança nas plataformas?

A Petrobrás está tentando desqualificar as informações dos trabalhadores e do sindicato, fazendo pouco caso, respondendo com mentiras, e afirmando que está tudo normal. Quanto às reivindicações, não tem muita diferença,  a empresa trata a sua força de trabalho e as organizações legítimas dos trabalhadores com uma visão monetarista e desrespeitosa.

Como os trabalhadores da Bacia de Campos têm reagido às truculências e intimidações das gerências?

Os trabalhadores da Bacia de campos não possuem dúvidas sobre o tema segurança, sempre que solicitados, acatam as orientações do Sindipetro-NF, no sentido de organizar reações às questões que comprometam sua segurança, sem permitir que as mentiras de alguns gerentes atentem aos requisitos mínimos de segurança.  Os trabalhadores também realizam reuniões com toda a força de trabalho, para discutir todas as questões ou tentativas da Petrobrás de aumentar a produção a todo custo, sem respeitar as questões de segurança.

Que medidas o Sindipetro-NF e a FUP tomarão para impedir estes ataques à organização dos trabalhadores?

Vamos continuar mobilizando, organizando e conscientizando a categoria petroleira. O Sindipetro NF também continuará divulgando todas as ocorrências que impliquem na segurança e atentem a vida dos trabalhadores, assim como todas as tentativas de assédio, agressões, desrespeito e truculência praticadas por alguns gestores desequilibrados da Petrobrás, que muitas vezes tentam cercear e discriminar os trabalhadores e sua legítima representação de classe, direito previsto pelas convenções 87 e 187 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, que garantem a liberdade sindical e o direito à segurança e saúde no trabalho.