O Coordenador Geral do Sindipetro-AM fala sobre as mobilizações que garatiram investimentos para modernização da Reman













Durante muito tempo, a única refinaria da região Norte do país, a REMAN, sofreu com a falta de investimentos para sua modernização, correndo o risco de ser reduzida a um terminal de distribuição. Devido à pressão da FUP e do Sindipetro-AM, finalmente, estes investimentos foram garantidos. Fale um pouco sobre os principais  fatos e mobilizações que garantiram estes avanços.

É necessário esclarecer que a REMAN recebeu alguns investimentos durante os últimos anos, como a construção da Unidade de Petróleo 2111. Porém, apesar deste investimento, é necessário que a REMAN atenda à legislação ambiental na produção de diesel e gasolina em Manaus, e para isto existe a necessidade de um grande investimento, caso contrário a Unidade se tornará obsoleta, correndo sérios riscos de tornar-se um terminal, e foi para garantir estes investimentos, que realizamos toda a nossa luta.

No inicio de abril de 2009, devido aos investimentos necessários à modernização da REMAN não estarem incluídos no Planejamento Estratégico 2010/2013 da Petrobrás, nós buscamos em conjunto com a Gerência Geral da REMAN, garantir os investimentos necessários para Refinaria de Manaus, participando de uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, com propositura do Deputado Lobo – PCdoB/Amazonas. Em seguida, nos reunimos com o então Governador do Estado, Eduardo Braga. Neste encontro, levamos nossa preocupação com a ausência de investimentos e a com a possibilidade concreta do fechamento da REMAN, que  conseqüente a transformaria em Terminal e levaria conseqüências incomensuráveis para Região Norte do país. Foi através desta reunião, que conseguimos a promessa de garantia da modernização, porém, passado pouco mais de um ano, a Petrobrás novamente retirou a Reman de seus planos de investimentos.

A partir disto, nossa categoria deu uma resposta imediata e certeira, paralisando mais de 300 trabalhadores na porta da Refinaria, e realizando uma grande passeata no centro de Manaus, com cerca de dois mil pessoas, entre elas, diversos integrantes de movimentos sociais organizados e políticos de diversos partidos. Além disso, participamos da reunião com o ex governador de Manaus, Eduardo Braga junto ao senador Alfredo Nascimento e do governador Omar Aziz.

Também atuamos na Audiência Pública na Câmara dos Vereadores, onde fomos até ao presidente Lula, em uma solenidade no Tropical Hotel Manaus, e quebramos os protocolos quando cobramos a modernização da Refinaria de Manaus. Todas estas mobilizações foram concluídas em uma reunião no Ministério das Minas e Energia, com a presença do Ministro Zimmermann, do senador Alfredo Nascimento PR/AM; da Deputada Federal Vanessa Grazziotin PCdoB/AM, do Praciano, também Deputado Federal PT/AM, do diretor da FUP, Aldemir Caetano e o diretor da Petrobrás, Paulo Roberto, onde tivemos a garantia, que após 30 dias do licenciamento ambiental, as verbas para o inicio das obras de modernização da Reman estarão liberadas.

Quais os principais motivos que geram a necessidade das obras de modernização da Reman?

Os principais motivos estão relacionados à necessidade que a refinaria tem de se adaptar à nova legislação ambiental, da implantação de leis rígidas de qualidade dos produtos e novas tecnologias e por conta de concorrências internas e externas, além das pressões políticas.

Atualmente, a Reman emprega quantos trabalhadores?

A refinaria de Manaus tem cerca de 380 trabalhadores próprios, 900 trabalhadores terceirizados e 5000 que prestam serviços através de empregos indiretos.

Caso a obra de modernização do parque de refino da Reman não aconteça, quais serão as perdas dos trabalhadores e para o estado do Amazonas?

Além da transformação da refinaria para terminal, uma tremenda estagnação tecnológica e redução da arrecadação tributária para o estado. Esta mudança também pode gerar desemprego em massa, ou seja, a redução de 380 trabalhadores próprios para 80, de 900 terceirizados para aproximadamente 150 e dos 5000 empregos indiretos para 500.

Ainda em relação ao desenvolvimento regional, posso afirmar que todos os fatos citados acima, também contribuem para a centralização de investimentos na região sul-sudeste, e agora também no nordeste (Premium/Renest), o que acentuam as desigualdades regionais destes estados, em relação à região norte do país.

Como o Sindipetro – Amazonas e a FUP pretendem acompanhar o desenvolvimento destas obras e quais serão as próximas ações, caso a Petrobrás e o ministro das Minas e Energia não cumpram o que foi acordado?

Nossa militância e diretoria estão atentas ao desenrolar dos acontecimentos, e buscando informações sobre a liberação das verbas para o inicio das obras, nas reuniões de acompanhamento do ACT e extraordinárias, com a gerência da Petrobrás. No caso de não obtermos informações de forma oficial, certamente conseguiremos de outra forma. Os representantes do Sindipetro-AM e da FUP não pretendem descansar enquanto as obras não começarem de fato.