Nos 12 anos do acidente com a P-36, familitares das vítimas pedem segurança no trabalho

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Sindipetro NF

Ato público na manhã de hoje, no Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes (RJ), marcou a passagem dos 12 anos da tragédia da P-36, plataforma da Petrobrás que afundou na Bacia de Campos em 2001 e causou 11 mortes. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que denunciou a permanência de condições inseguras de trabalho no setor petróleo. Somente na região, 122 petroleiros morreram, desde 1998, vítimas de acidentes de trabalho (85 de empresas terceirizadas e 37 da Petrobras).

Além de dirigentes sindicais, participaram do ato público familiares de trabalhadores mortos na P-36. Marilena Souza, viúva do petroleiro Josevaldo Dias de Souza, leu uma poesia que fez em memória das vítimas e defendeu a necessidade de manter a vigilância em relação à segurança no trabalho.

“O sentimento que eu tenho é da necessidade de os novos [trabalhadores] compreenderem a exploração do petróleo além do contracheque no final do mês. De não perder de vista a importância que a vida tem que ter, que tem que vir primeiro, que tem que ser prioridade”, disse.

Filha do petroleiro Ernesto de Azevedo Couto, outro trabalhador que morreu na tragédia da P-36, a estudante Lorena Couto tinha sete anos de idade quando perdeu o pai. Presente na manifestação, ela afirmou que o dia de hoje deve servir como alerta para os petroleiros.

“É um momento triste por lembrar que meu pai não está presente na minha vida. Não está aqui para ficar feliz comigo por uma vitória, ou aqui para me ajudar. E eu fico pensando que há outras vidas lá [embarcadas] e não gostaria que outras famílias chorassem mais perdas. Eu me sinto muito mal por não ter o meu pai do meu lado e não quero que ninguém passe por isso”, afirmou.

O técnico em química Paulo José dos Santos Souza, irmão de outra vítima fatal da P-36, o petroleiro Sérgio dos Santos Souza, disse durante a manifestação que “só o fato de trabalhadores começarem a participar da discussão da segurança já é uma validação da luta que tem sido feita”, e complementou: “Não queremos mais somente, a cada 15 de março, dizer ao mundo que perdemos companheiros, mas sim que estamos conseguindo evitar que novas mortes aconteçam”.

Para o coordenador geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, o aumento na produção de petróleo, com a perspectiva da exploração na camada pré-sal, eleva a importância da priorização da segurança do trabalho no setor. “Vamos passar por um momento de incremento muito significativo das atividades do petróleo em nosso País, e se os sindicatos não estiverem preparados para atuar, se o Estado não estiver preparado para fiscalizar, esses números [de acidentes] que hoje nós temos, que já são alarmantes, podem se tornar piores ainda”, disse.

Ao final da manifestação, os petroleiros repetiram a tradição de ler, um a um, os nomes dos trabalhadores mortos no acidente. Ao final de cada nome, todos gritavam a palavra “presente”, no saguão do heliporto. Depois, todos cumpriram um minuto de silencio em memória das vítimas de acidentes no trabalho.

Também como parte das atividades que marcaram a passagem dos 12 anos do acidente, o Sindipetro-NF promoveu, entre terça e quinta-feira desta semana, o Seminário “P-36: Uma história de luta pela vida”, com palestras e painéis sobre segurança no trabalho, no teatro da sede do sindicato, em Macaé (RJ).

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Ato público na manhã de hoje, no Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes (RJ), marcou a passagem dos 12 anos da tragédia da P-36, plataforma da Petrobrás que afundou na Bacia de Campos em 2001 e causou 11 mortes. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que denunciou a permanência de condições inseguras de trabalho no setor petróleo. Somente na região, 122 petroleiros morreram, desde 1998, vítimas de acidentes de trabalho (85 de empresas terceirizadas e 37 da Petrobras).

Além de dirigentes sindicais, participaram do ato público familiares de trabalhadores mortos na P-36. Marilena Souza, viúva do petroleiro Josevaldo Dias de Souza, leu uma poesia que fez em memória das vítimas e defendeu a necessidade de manter a vigilância em relação à segurança no trabalho.

“O sentimento que eu tenho é da necessidade de os novos [trabalhadores] compreenderem a exploração do petróleo além do contracheque no final do mês. De não perder de vista a importância que a vida tem que ter, que tem que vir primeiro, que tem que ser prioridade”, disse.

Filha do petroleiro Ernesto de Azevedo Couto, outro trabalhador que morreu na tragédia da P-36, a estudante Lorena Couto tinha sete anos de idade quando perdeu o pai. Presente na manifestação, ela afirmou que o dia de hoje deve servir como alerta para os petroleiros.

“É um momento triste por lembrar que meu pai não está presente na minha vida. Não está aqui para ficar feliz comigo por uma vitória, ou aqui para me ajudar. E eu fico pensando que há outras vidas lá [embarcadas] e não gostaria que outras famílias chorassem mais perdas. Eu me sinto muito mal por não ter o meu pai do meu lado e não quero que ninguém passe por isso”, afirmou.

O técnico em química Paulo José dos Santos Souza, irmão de outra vítima fatal da P-36, o petroleiro Sérgio dos Santos Souza, disse durante a manifestação que “só o fato de trabalhadores começarem a participar da discussão da segurança já é uma validação da luta que tem sido feita”, e complementou: “Não queremos mais somente, a cada 15 de março, dizer ao mundo que perdemos companheiros, mas sim que estamos conseguindo evitar que novas mortes aconteçam”.

Para o coordenador geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, o aumento na produção de petróleo, com a perspectiva da exploração na camada pré-sal, eleva a importância da priorização da segurança do trabalho no setor. “Vamos passar por um momento de incremento muito significativo das atividades do petróleo em nosso País, e se os sindicatos não estiverem preparados para atuar, se o Estado não estiver preparado para fiscalizar, esses números [de acidentes] que hoje nós temos, que já são alarmantes, podem se tornar piores ainda”, disse.

Ao final da manifestação, os petroleiros repetiram a tradição de ler, um a um, os nomes dos trabalhadores mortos no acidente. Ao final de cada nome, todos gritavam a palavra “presente”, no saguão do heliporto. Depois, todos cumpriram um minuto de silencio em memória das vítimas de acidentes no trabalho.

Também como parte das atividades que marcaram a passagem dos 12 anos do acidente, o Sindipetro-NF promoveu, entre terça e quinta-feira desta semana, o Seminário “P-36: Uma história de luta pela vida”, com palestras e painéis sobre segurança no trabalho, no teatro da sede do sindicato, em Macaé (RJ).