Seminário nacional, em Salvador, discute formas de fortalecer trabalhadores terceirizados e do setor privado

Salários baixos, condições precárias de trabalho e maiores vitimas de acidentes no ambiente laboral. Esse é o quadro que define os trabalhadores terceirizados e do setor privado de Norte a Sul do País. A problemática foi apontada e está sendo discutida durante seminário nacional, que acontece em Salvador, na terça-feira, 24/07, reunindo a direção da FUP, dos Sindipetros  da Bahia, Norte Fluminense, Espirito Santo,  Rio Grande do Norte e trabalhadores da base.

A sub-notificação de acidentes de trabalho e a necessidade de traçar uma política nacional para ampliar a representação destes petroleiros pela FUP e seus sindicatos filiados, também são pontos de discussão no encontro.

Durante toda a manhã, os participantes traçaram um diagnóstico do setor, discutiram conjuntura nacional e analisaram, sob a coordenação do jurídico da FUP, uma adequação estatutária para ampliar a representação sindical.

Crescimento do setor

Para Enéias Zanelato, da Secretaria de Relações Internacionais e Empresas Privadas da FUP, os trabalhadores do setor privado precisam se dar conta da força que têm. “Esse segmento tem uma dimensão enorme e está crescendo muito. O que precisamos fazer é organizá-lo, inclusive fazendo parcerias com outros sindicatos de luta que atuam na mesma base e ampliando a sindicalização para fortalecer a categoria”.

O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, chamou a atenção para as mudanças que vêm acontecendo no setor de petróleo e gás no Brasil, após o golpe de 2016. “As empresas do setor privado estão ganhando cada vez mais espaço e com isso caminhamos para o aumento do número de trabalhadores terceirizados, inclusive no Sistema Petrobrás”. Deyvid apontou alguns desafios que devem ser enfrentados, entre eles a construção de uma convenção coletiva para o setor, em nível nacional.

O economista do DIEESE, Iderley Colombini, fez uma análise do setor petróleo no Brasil e no mundo, ressaltando o crescimento do setor privado. “A Petrobrás está vendendo muitos dos seus ativos, mas mesmo onde continua operando, contrata empresas do setor privado para executar o trabalho. Se continuar nesse ritmo a tendência é que a Petrobrás se transforme em uma empresa administrativa, que simplesmente terá o papel de coordenar e administrar essa estrutura de produção e financeirização do petróleo nacional”, alertou o economista.

Trabalho em grupo

Após os debates, os trabalhadores e representantes sindicais se reuniram em grupos para levantar os problemas e apontar soluções. No final do encontro serão divulgadas as resoluções e apontadas soluções para os problemas do setor.

[Via Sindipetro-BA]