Petroleiros do PR e SC suspendem greve após decisão arbitrária do TST

Petroleiros do Paraná e Santa Catarina se reuniram em quatro sessões de assembleia geral extraordinária na noite desta quarta-feira (30) e decidiram suspender a greve de advertência por 72 horas. 

A decisão foi tomada após a liminar concedida pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Maria de Assis Calsing, em favor da Advocacia-Geral da União (AGU), declarar a abusividade da greve da categoria e fixou, num primeiro momento, multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento da medida cautelar.

No final da tarde, em nova decisão, a ministra elevou a multa diária para R$ 2 milhões por dia a ser paga por cada entidade sindical, por conta de eventual descumprimento da determinação judicial.

A FUP e os sindicatos de petroleiros vão recorrer da decisão, uma vez que fere o direito constitucional de greve, agravado, ainda, por se tratar de uma greve de advertência. “A categoria petroleira foi vítima de uma decisão arbitrária. Alegam que nossa greve é política, mas o aumento desenfreado dos preços dos combustíveis e a privatização da Petrobrás também são decisões políticas”, rebateu Mário Dal Zot, presidente do Sindicato.

O Sindipetro Paraná e Santa Catarina só foi notificado da primeira decisão liminar por volta das 16h00 desta quarta-feira e tomou as devidas precauções para evitar a penalização por parte do TST. 

A greve foi marcada por intensa agitação política e social. A narrativa da luta contra o modelo dos preços dos combustíveis e em defesa da Petrobrás esteve na imensa maioria dos grandes meios de comunicação. O apoio da sociedade à nossa luta cresceu significativamente e a categoria, mesmo com toda ofensiva da empresa e do judiciário, está com sangue nos olhos e o espírito de luta renovado.

A suspensão da greve não significa o cessar da luta, muito pelo contrário, pegamos impulso para dar um salto ainda mais longe na luta contra os preços abusivos dos combustíveis, contra a privatização da empresa e pelos direitos e garantia de empregos dos petroleiros.

[Via Sindipetro-PR/SC]