Manifesto da P-37 denuncia más condições de trabalho na plataforma

Confiram o manifesto dos trabalhadores e trabalhadoras da P-37:

Companheiros,

Ė de conhecimento de todos os colaboradores da UO BC que a unidade de P37 tem liderado o ranking de estatísticas sobre acidentes. Isso é fruto de uma política de desmanche da empresa que nem faz lembrar a sombra daquela Petrobras do aniversário de 50 anos. Temos percebido que a gerência da empresa quer, de alguma forma, atribuir única e exclusivamente a causa desses elevados índices aos trabalhadores, quando na verdade, ela tem grande participação nisso. 

Elencamos abaixo algumas situações que podem estar contribuindo ou que têm grande potencial para contribuir com o aumento de acidentes:

– Gerentes, coordenadores e supervisores de outras unidades embarcando na P-37 para conhecer a unidade e possivelmente participar da contingência no momento de greve;

– Equipes da contratada participando de treinamentos para compor as equipes de emergência (brigada de incêndio, coordenadores de baleeiras e de pontos de reunião);

– Mudança e acúmulo de função na área de Manutenção/Facilidades. Mantenedores estão operando sistemas e operadores estão realizando manutenção. Até o momento os empregados estão desprotegidos, pois a mudança é sem padronização, sem oficialização e sem treinamento adequado;

– Mantenedor sem experiência em operação sendo contabilizado e considerado único operador do turno. A unidade tem o hábito de deixar mantenedor sozinho com a função de operador de sistemas responsável pela área durante o turno da noite;

– Tamanho da plataforma e alto índice de quebra de equipamentos, aliados ao baixo efetivo em todas as áreas, baixa qualificação técnica devido aos baixíssimos salários de novos contratos, estão contribuindo para o elevado número de acidentes na P-37;

– Péssimas condições de conservação e limpeza das instalações (camarotes e áreas comuns);

– Alguns técnicos de segurança da unidade estão buscando responsáveis por situações de risco ao invés de trata-los de imediato, relatando erros do trabalhador ou instalação para gerência e SMS on-shore através de fotos e relatórios. Os trabalhadores envolvidos, muitas vezes nem tomam conhecimento do fato pois não são comunicados durante a provável situação de risco. O entendimento da força de trabalho é que esse tipo de atitude pode resultar em punições aos trabalhadores envolvidos, com isso muitos trabalhadores estão com medo de relatar acidentes ou incidentes.

Nosso objetivo é fazer com que a empresa nos escute, uma vez que tudo isso sempre é (e foi…) falado em várias reuniões entre os gerentes da unidade e a força de trabalho. Parece que o campo das ideias prevalece sobre as ações e nada nunca é efetivamente feito. Queremos que a gerência on-shore saiba realmente o que está acontecendo e que providências sejam tomadas. 

Estaremos juntos até o fim, lutando por uma Petrobras forte, competitiva e com papel fundamental no desenvolvimento de nosso país, como era antes do governo golpista.

Att.

Companheiros de P-37.