Diretoria do NF repudia perseguição a cipistas da Bacia de Campos

Há poucos meses, novos cipistas assumiram seus mandatos nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes na UO-Rio e UO-BC e já começaram a chegar reclamações desses trabalhadores eleitos sobre assédio e pressão das chefias. Segundo o diretor Sergio Borges, a chefia não entende o papel isento dos cipistas. “Fica claro que os chefes imediatos não entendem, ou não querem entender, qual é o papel da CIPA e que eles devem agir de forma independente” – afirma.

Borges conta que a gestão atua como se os cipistas quisessem causar “problemas”, ao invés de entender  que o papel desses profissionais é relatar os ocorridos e apontar soluções que devem ser implementadas pela gestão. Borges exemplifica da seguinte forma “quando um cipista registra em ata a falta de efetivo na unidade, ele está apenas sinalizando para a gestão, para os trabalhadores, para o sindicato e para os órgão públicos, que essa falta de trabalhadores pode gerar acidentes na plataforma e adoecimentos para aqueles que ficam sobrecarregados”.

A direção do Sindipetro-Nf está atenta ao tratamento que a gestão da Petrobras está aplicando aos cipistas eleitos, principalmente nesse momento no qual o efetivo da empresa foi drasticamente reduzido e a segurança operacional das instalações está comprometida. A diretoria entende que o comprometimento com a saúde, segurança e o meio ambiente deve ter prioridade máxima e não poupará esforços para que a companhia entenda isso.

Erros passados

Para Borges, a atitude da empresa deixa claro que ela ainda não consegue aprender com erros passados. Durante o processo eleitoral da ultima CIPA, a gestão da UO-BC tentou manipular a eleição, transferindo diversos trabalhadores que eram candidatos para outras unidades. A diretoria do Sindipetro-NF denunciou ao Ministério do Trabalho, iniciou uma campanha de boicote ao processo elitoral e fez duras cobranças a gestão de SMS da companhia. O Sindicato conseguiu reverter o problema e tratou de forma específica várias denúncias pontuais. Também existiram casos onde os trabalhadores não quiseram o envolvimento do sindicato.

Outro fato que aconteceu na UO-BC foi a denúncia de um coordenador de manutenção que obrigou alguns cipistas a renunciar dos seus mandatos, para que fossem transferidos da unidade. A atuação do sindicato ficou prejudicada nesse caso por falta de comprovação e de não ter autorização dos envolvidos. Mesmo nesses casos, a diretoria sempre questiona a gestão, informa aos órgãos fiscalizadores, e também orienta aos trabalhadores que enviem denuncias para subsidiar as lutas do sindicato.

Na visão da direção do NF, esse comportamento da Petrobrás tem reflexos que prejudicam a atuação da CIPA. A UO-BC está tendo dificuldades no processo eleitoral, porque não atingiu o número mínimo de candidatos em várias plataformas, e alguns problemas deixam de ser registrados em ata por medo de retaliação por parte dos trabalhadores. Enquanto isso, o número de acidentes nas instalações da Petrobrás continua subindo.

Borges alerta que “na luta de classes as empresas sempre tiveram o institucional em suas mãos para perseguirem e assediarem trabalhadores, que se posicionam quando os interesses são conflitantes, quando, priorizam a produção em detrimento da segurança operacional. Contudo, sempre que os trabalhadores se unem e se organizam dão a resposta correta e equilibram a correlação de forças”.

“Por isso, cada vez mais se torna necessário o engajamento dos trabalhadores. Pois nessa guerra não passaremos ilesos. Ou aceitamos carregar as cicatrizes e marcas das perseguições resistindo e lutando contra a violência dos assédios, ou sofreremos as consequências de uma política de SMS que mata e adoece nossos companheiros” – disse Borges.

O Sindipetro-NF orienta que qualquer caso de assédio ou perseguição aos trabalhadores, principalmente aos cipistas, sejam documentados e informados para que as providências sejam tomadas através do e-mail: [email protected].

Via Sindipetro-NF