Projeto político de inclusão social está sob ameaça, alerta deputada

(foto Norian Segatto)

“A intenção da atual crise política não é o combate à corrupção, mas a um projeto político de inclusão social”. O alerta da deputada estadual Leci Brandão, do PCdoB, foi dado na abertura do ato em defesa da democracia e da Petrobrás, realizado na noite de segunda-feira (21.03), na sede da Apeoesp (sindicato dos professores do estado de São Paulo), no Centro da capital paulista.

No evento, organizado pela Frente Parlamentar Estadual em Defesa da Petrobrás, que tem coordenação da deputada, Leci conclamou a população a não aceitar qualquer tipo de violência, como a que se assiste nas manifestações dos pró-impeachment. “O povo precisa saber que querem armar pra cima da gente. Não podemos ficar acuados, temos de ter altivez”, afirmou.
A deputada fez questão de ressaltar que sempre usa roupas de cor vermelha. “Hoje estou de preto e branco por causa da minha religião, mas não me amedronto de usar vermelho e se alguém vier pra cima de mim não vou ficar calada”, disse, arrancando aplausos da plateia. Ela enfatizou ainda que a Frente Parlamentar foi criada para defender a Petrobrás, em respeito a seus empregados, que estão sofrendo enormes ataques.

O vereador paulistano Jamil Murad (PCdoB) contextualizou historicamente a crise e as sucessivas tentativas das elites, desde a época do Império, de querer atrelar o desenvolvimento do país a interesses estrangeiros. “Em todas as épocas sempre teve brasileiros que quiseram que o país permanecesse colônia”, declarou. Murad também atacou veementemente o ministro do STF Gilmar Mendes e o acusou de defender uma facção criminosa que lesou o país.

O representante do Sindipetro Litoral Paulista, Adaedson Costa, comentou que o país vive uma guerra entre os que querem a soberania nacional e os que desejam entregar as riquezas brasileiras, como o pré-sal.

Os convidados Henrique Domingos, da UEE, e Felipe Pessoa, da Associação Nacional de Pós-Graduandos, falaram sobre a importância da destinação dos royalties para a Educação e do apoio que a Petrobrás sempre deu à área de Educação e Pesquisa. “A Petrobrás é a empresa que mais investe em financiamento à pesquisa no Brasil. Se ela for privatizada, o país irá perder muito”, afirmou Pessoa.

Crise

Segundo o coordenador da FUP, José Maria Rangel, o atual quadro político de crise teve início simbólico nas manifestações de 2013, quando, a partir de uma justa reivindicação do Movimento Passe Livre, setores da direita brasileira utilizaram a mobilização para negar a política. “Quando vi a Rede Globo dando total cobertura àquelas manifestações, percebi que não ia vir coisa boa dali”, lembrou.

O petroleiro explicou como a Petrobrás se tornou uma empresa gigante nos governos Lula/Dilma, indo em sentido oposto ao desmanche promovido por FHC. Falou ainda de como alguns fatores, como a queda do preço do barril do petróleo e a valorização do dólar frente ao real, impactaram o balanço da empresa, gerando o prejuízo de R$ 34 bilhões, anunciado na mesma noite do evento.

O ato reuniu dirigentes e militantes do Unificado, da FUP, do Sindipetro Litoral Paulista e da UEE (União Estadual dos Estudantes), entre outras entidades.

Fonte: Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo