Replan: Greve tem adesão total dos trabalhadores próprios e terceirizados atrasam início do expediente

 

 

A Greve de advertência em defesa da Petrobrás e do Brasil teve total adesão dos trabalhadores da Replan, em Paulínia. A paralisação começou na noite de ontem (23.07) com o corte na rendição do turno das 23h30. Na manhã de hoje, em apoio aos petroleiros, os terceirizados atrasaram em duas horas a entrada na refinaria. A mobilização segue pacífica e termina hoje à noite.

A direção do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) bloqueou os principais acessos à empresa. Hoje de manhã, os ônibus fretados chegaram praticamente vazios. A maioria dos trabalhadores preferiu ficar em casa. Apenas funcionários com cargos de confiança e o grupo com 80 operários, que não foram rendidos ontem à noite, permanecem dentro da refinaria.

A maior movimentação foi registrada na portaria Sul, local de entrada dos terceirizados. Mais de 1 mil trabalhadores se concentraram na frente da empresa, onde foi realizado um ato de protesto, que contou com a participação de representantes dos sindicatos da construção civil, dos metalúrgicos, dos servidores municipais de Campinas, dos minérios e dos trabalhadores da Unicamp, além de vereadores de Paulínia e Campinas.

Ailton Menezes, dirigente do Sindicato da Construção Civil, entidade responsável pela maioria dos terceirizados, falou sobre a importância dessa paralisação. “Estamos vivendo uma crise política e temos que buscar saídas para que o Brasil volte a crescer. Com certeza, o plano de desinvestimento e o projeto de José Serra não são as saídas, já que privatizar a Petrobrás só vai aumentar o desemprego no país”, afirmou.

Segundo o diretor do Unificado Arthur Bob Ragusa, o projeto de Serra vai precarizar ainda mais a situação dos trabalhadores. “Se esse projeto tiver sucesso, haverá empresas estrangeiras na exploração do pré-sal. Como faremos para fiscalizar o fluxo de caixa e as condições de trabalho?”, questionou. Bob comentou ainda que a maioria das plataformas estrangeiras é terceirizada. “E terceirização significa piores condições de trabalho, jornada maior, salário menor, mais mortes e doenças e fragilidade do emprego”.

O diretor também falou sobre o novo Plano de Gestão e Negócios da Petrobrás, que prevê a negociação de ativos em um total de US$ 57 bilhões e cortes em despesas e investimentos na ordem de US$ 89 bilhões. “Queremos sentar com a empresa para rever esse plano, porque a redução de custos vai piorar ainda mais as condições de trabalho e provocar milhares de demissões. Não podemos permitir que isso ocorra”, declarou.

O ato terminou por volta das 9h30 e os terceirizados foram liberados para iniciar a jornada de trabalho. Os dirigentes sindicais permanecem de plantão nas principais portarias da Replan. A greve segue até às 23h30 de hoje, quando será normalizada a troca de turno. 

Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo