Greve por dois dias em campos do Ceará e Rio Grande do Norte

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Decididos a combater a prática do Regime Administrativo no campo,  Fazenda Belém (CE) e Alto do Rodrigues (ATP), UTE-JSP, e Canto do Amaro (RN) iniciaram uma paralisação de advertência, nesta quarta-feira, 27. Objetivo é pressionar a Petrobrás para a criação de um regime especial para os trabalhadores que desempenham atividades eminentemente administrativas em bases remotas nos campos terrestres de produção e terminais.

Com duração de 48 horas, a mobilização é articulada em parceria entre SINDIPETRO-RN e SINDIPETRO-CE/PI, que também representa trabalhadores lotados na área de abrangência da UO-RNCE.

O presidente do Sindipetro Ceará/Piauí, Oriá Fernandes, e o delegado da base, Aldemar de Moura, realizaram assembleia que garantiu a continuidade da greve na quinta-feira (28) por 11 votos a favor e duas abstenções.

Segundo Alberto Barros, técnico de manutenção da base de Fazenda Belém, o campo já teve quatro vezes petroleiros próprios do que tem hoje, atualmente com efetivo mínimo e defasado. “Existem estudos que tratam sobre as consequências psicológicas sobre petroleiros que trabalham dentro de casa”, disse, alegando que o regime administrativo em campos distantes chega a provocar verdadeiros estragos familiares, “o final de semana você chega sábado, quando é domingo já se preparada psicologicamente pra voltar na segunda, não consegue resolver um problema sequer, não fica com a família”, concluiu.

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Para o petroleiro, os terceirizados da unidade, que são quase 10 vezes a quantidade de trabalhadores próprios da Petrobrás, também poderiam ser beneficiados com a medida de alteração do regime. Além disso, um trabalhador próprio chega a passar 12 dias seguidos dedicados ao serviço.

Proposta da Petrobrás – Mesmo depois da realização de três reuniões e de duas fortes mobilizações, a Petrobrás continua fazendo “ouvidos de mercador”, negando-se a atender a reivindicação dos trabalhadores. A Companhia vem insistindo na implantação de uma escala de 8×6, mas esta proposta não soluciona as injustiças existentes e ainda ameaça reduzir drasticamente os postos de trabalho no Turno e no Sobreaviso, o que não é objetivo do movimento.

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Em verdade, se adotada, a proposta da Petrobrás de 8×6 aprofundaria o desequilíbrio já existente, agravando a relação entre o tempo que o trabalhador disponibiliza para a Empresa e aquele dedicado à sua família. Uma situação que afeta a saúde física e mental dos empregados inseridos em regimes inapropriados à natureza e local de suas atividades, prejudicando até mesmo a produção.