Petroleiros realizam ato público nesta quinta, em defesa dos campos terrestres

Sindipetro RN

A Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN realiza nesta quinta, 28, um Ato Público em frente à sede da Petrobrás em Natal, ao lado do portão principal de acesso à empresa. O ato teve início às 8 horas.

A manifestação visa protestar contra diversos aspectos da orientação gerencial que vem sendo executada pela atual gestão da Petrobrás, comandada por Graça Foster, e contra a realização de uma nova rodada de licitação de blocos exploratórios, agendada pela Agência Nacional de Petróleo – ANP para os dias 28 e 29 de novembro.

Leilão – Segundo o edital da 12ª Rodada, a ANP pretende leiloar, sob o regime de Contrato de Concessão, um total de 240 blocos com potencial para gás natural, distribuídos por sete bacias sedimentares: Sergipe-Alagoas e Recôncavo Baiano, consideradas bacias “maduras”; e, Acre, Parecis, Parnaíba, São Francisco e Paraná, identificadas como “novas fronteiras”.

Os principais questionamentos dos trabalhadores e de diversos segmentos sociais dizem respeito ao retorno dessa riqueza para o povo brasileiro e aos danos para o meio ambiente, nas áreas em que a retirada do gás for viabilizada por meio do fraturamento hidráulico. Também chamado de “fracking”, o processo é proibido em diversos países, pois se baseia na injeção de jatos de água com inúmeros produtos químicos, podendo causar contaminação do lençol freático e até do ar.

Campos terrestres – Além de condenar a realização da 12ª Rodada de Licitações, o Ato Público da próxima quinta-feira repudiará a violenta retração de investimentos que a Petrobrás vem impondo aos Estados que produzem petróleo em campos terrestres, a fim de concentrar recursos nas áreas do Pré-sal. Por isso, também deverão participar da manifestação representações sindicais da FUP, da FNP e dos estados do Amazonas, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Espírito Santo.

Amparada pela intensificação de práticas antissindicais e de assédio moral, a diminuição de investimentos vem produzindo o esvaziamento de atividades; desativação de postos de trabalho; substituição de trabalhadores próprios, em regimes especiais, por trabalhadores terceirizados; abandono de contratos por parte de empresas privadas, com calotes para os trabalhadores, entre outros danos às frágeis economias locais.

No Rio Grande do Norte, dois fatos recentes reforçam a crueldade dessa política, envolvendo trabalhadores próprios e terceirizados. O primeiro foi o “desligamento” de três companheiros da Petrobrás, sob a alegação de suposta incompatibilidade de formação com aquela exigida pelo Edital do concurso em que foram aprovados. Os companheiros demitidos, logo após a greve, já contavam com mais de três anos de empresa, tendo sido, inclusive, promovidos.

O segundo caso refere-se à conduta da empresa SERTEL que prestava serviços de manutenção à Petrobras em Mossoró. A exemplo de outras, a SERTEL não pagou os salários do mês de outubro e, bruscamente, encerrou suas atividades em 19 de novembro, demitindo todos os 430 trabalhadores, sem pagar as verbas rescisórias devidas.