Repressão policial não intimida e paralisação segue forte

Sindipetro-BA

Neste domingo (20\10), os petroleiros e trabalhadores terceirizados dão demonstração de força e determinação política e entram no 4º dia da greve iniciada na última quinta (17), por tempo indeterminado.

A Petrobras e Subsidiárias, certamente não esperavam a adesão que ocorre em todas as unidades – Ediba, Cofip, campos terrestres (OU-BA), Rlam, Transpetro, PBio, Fafen – superior aos 90%. A Bahia, portanto, mostra ao país que não se deve brincar quando os petroleiros e suas lideranças arregaçam as mangas em defesa de um legítimo acordo coletivo de trabalho, contra o leilão de Libra e o PL 4430.

A direção do Sindipetro Bahia está convocando a todos para caminhada que faz a partir das 8h, concentração no Conjunto Pituba, contra o leilão de Libra; às 11h, tem assembleia com balanço da greve e conhecimento da nova proposta que a Petrobras encaminha à FUP e sindicatos filiados ainda nesta segunda, 10h, no Rio.

O comando de greve informa que desde a noite de sábado (19), a Petrobras recorreu a ajuda do governo estadual e do judiciário para quebrar a resistência dos trabalhadores nas várias frentes de piquetes.

 

Chamou a Polícia Militar para forçar a entrada de carretas de catalisadores na Refinaria  – o transporte do petróleo, a produção e o refino começaram a preocupar a estatal – mas não teve êxito: polícia não deve se meter em greve de trabalhadores.  

A repressão voltou à carga nesta manhã de domingo (20), com dezenas de policiais conhecidos pela truculência – PM da Caatinga – na tentativa de fazer passar as carretas para o interior da Rlam. Os diretores do Sindipetro Bahia negociaram a entrada de carreta, mas em contrapartida exigiram a liberdade de trabalhadores que estavam confinados nos turnos desde a última quarta (16), portanto 72h.   

A mesma situação ocorreu nos campos terrestres de Miranga, Santiago e Taquipe; no município de Entre Rios, a PM chegou na madrugada, mas não obteve êxito.  

No Temadre, os trabalhadores da empresa RS Maritimos, empresa que realiza amarração de navios e conexão de magote, ficaram em cárcere privado até a manhã de sábado, quando os diretores André Araújo e Adailson Oliveira conseguiram libertar dois trabalhadores. Os que ficaram do lado de fora do Terminal se recusaram a ir trabalhar, com isso não houve a rendição. .     

Assim, o petróleo que chega de navio não é transferido para a Rlam.  

Coordenador de Segurança faz cárcere privado na Rlam

Infelizmente as gerências da Petrobras estão desvirtuando o papel da Segurança Patrimonial. Em algumas áreas os Inspetores de Segurança e Vigilantes são utilizados como transportadores de pelegos, alimentos e equipamentos.

As piores aberrações ocorrem na RLAM, onde o Coordenador de Segurança "aquartelou" os Inspetores de Segurança, confinando-os em alojamentos precários, subornando-os com miseras horas-extras.

Este gestor está usando as viaturas das rondas próprias e contratadas para conduzir pelegos, colchoes, quentinhas e até' pecas e equipamentos de manutenção.

Alguns Inspetores estão realizando o jogo sujo da gerencia local e estão tirando fotos e "investigando" os piquetes, sendo usados como aparato repressor semelhante ao DOI-CODE e o DOPS do período ditatorial.

Outra repudiável atitude do Coordenador de Segurança da RLAM é sua constante solicitação de apoio policial para reprimir e intimidar os participantes do piquete sindical.

O Sindipetro repudia estas atitudes realizadas por alguns membros da Segurança Patrimonial que fazem o jogo sujo das gerencias em troca de algumas horas-extras.

Pressão e pelegagem na ELFE E TELSAN                        

A gerências, vendo a adesão dos trabalhadores crescer em todas as áreas, tentam forçar os terceirizados da ELFE e TELSAN a chegarem ao local de trabalho, a pé e carregando caixas de ferramentas. 

Uma passagem por cima e por baixo de dutos, no meio do mato e com intenso declive põe em risco a vida dos trabalhadores.  Apesar dos gerentes pelegos é tentar dar acesso à Ecomp Miranga, pelos fundos. 

O comando de greve agiu e convenceu os trabalhadores a retornar e deixar a área, sendo levado até a rodovia BA-093.

Três estações paralisadas em Miranga      

Em Miranga, depois de fechados os poços das estações C e D, o comando de greve também paralisou a estação A, onde funciona a sede administrativa da unidade.  No local só está a equipe de contingência, formada por gerentes, engenheiro e supervisores, confinados desde a última quarta (16).

Redução da produção diária nos campos terrestres da UO-BA devido a greve

UO-BA FBM: 600 m3
UO-BA Araças: 150 m3
UO-BA Buracica: 250 m3
UO-BA Miranga: 1677 m3
UO-BA Taquipe: 300 m3
UO-BA Candeias: 600 m3
UO-BA Catu: sem informações

Total: 3.577 m3
Valor do 1 m3: US$ 85,00
Prejuízo diário:
US$ 304.000,00
Dias da Greve: 03
Total do prejuízo:
US$ 912.000,00