Petroleiros baianos protestam na BR 324

Sindipetro BA

Mais de 50 ônibus foram parados nesta manhã de segunda (9) no Posto MIL, BR 324, no "flash mob", protesto que reuniu cerca de dois mil trabalhadores do sistema Petrobras, em defesa da vida e contra o desrespeito da empresa em não pagar a PLR como ficou definido nas assembleias realizadas em todo o país. A direção do Sindipetro Bahia mantém a mobilização nacional decidida pelo colegiado da FUP e sindicatos filiados e nesta segunda tem mais uma reunião no Rio de janeiro.

A direção do Sindipetro Bahia convoca para o “flash mob” que realiza nesta segunda (9), a partir das 6h, no Posto MIL, que fica na BR-324, sentido Salvador/Feira, antes do posto da Polícia Rodoviária Federal. Os petroleiros fazem o ato em defesa da vida e em protesto contra a decisão da Petrobras de não apresentar uma nova proposta para o pagamento da PLR 2011 (Participação nos Lucros e Resultados) conforme aprovado pelos trabalhadores, nas Assembléias realizadas em todo o país. Durante o ato, na sua parte ecumênica, o pastor Joel Zeferino faz a sua prelecao para os trabalhadores presentes.

Para a direção do Sindipetro Bahia, os trabalhadores que geram a riqueza e a grandeza do Sistema Petrobras não podem estar submetidos a condicoes inseguras de trabalho e, alem disso, ainda receberem um tratamento inferior ao que foi dado aos acionistas na distribuição dos lucros das empresas do Sistema Petrobras. “Se a Petrobras e suas Subsidiárias não tem proposta, os trabalhadores têm e vão apresentar”, diz o coordenador geral da entidade, Paulo César.

O ato, que é nacional, inicialmente de protesto – que ocorre em todos os estados produtores de petróleo – era devido a campanha da PLR, mas com as duas mortes que ocorreram, recentemente, na Bahia, será, principalmente, pela falta de segurança e a ameaça do benzeno à saúde dos trabalhadores.

Na semana que passou, a primeira morte foi de João Dionísio Neto, técnico de operação da UO-BA (base Miranga), com diagnóstico de leucemia, possivelmente adquirida após exposição crônica ao benzeno, em atividades em poços de petróleo. Após 7 meses de luta para se manter vivo, ele faleceu na madrugada de quinta (5), em São Paulo.

Os diretores do Sindipetro Bahia presentes na reunião da Comissão Nacional Permanente do Benzeno, em São Paulo, fizeram um minuto de silêncio em memória ao companheiro; à tarde houve protesto na reunião das bancadas da CNPBz.

A Petrobras se mantém omissa e, na Comissão Nacional, tenta barrar, com o apoio da bancada dos representantes das empresas, na Comissão, a aprovacao do relatório que aponta todas as irregularidades encontradas na visita que a Comissão fez a RLAM.
 
A segunda morte, foi na última sexta (6). Uma descarga elétrica matou o operador Nalzir Silva, 23 anos, da terceirizada MI SWACO, quando trabalhava na Sonda SC-105 em Araçás. Nalzir morreu vítima do descaso da empresa com a segurança no local de trabalho.  
 
Socorrido ainda com vida e transportado para o hospital de Alagoinhas, ele veio a óbito. Detalhe: a ambulância que levou a vítima demorou mais de 15 minutos para chegar ao local do acidente. A autópsia foi feita no IML e confirmou a “causa mortis”: descarga elétrica.

 
Depois de liberado, o corpo do operário foi trazido para Salvador, onde foi velado pela família, amigos e companheiros de trabalho na Ordem Terceira de São Franciso\Baixa de Quintas. O sepultamento ocorreu no sábado (7) às 10h.