Técnico do Dieese prevê campanha reivindicatória dificil para a categoria

Sindipetro NF

Uma negociação difícil, em razão de um cenário de redução de custos na Petrobrás, agravado com a perspectiva de anúncio de um dos piores resultados da história da empresa no segundo trimestre de 2012, é o que deverá enfrentar a categoria petroleira na campanha Reivindicatória deste ano, na avaliação do técnico do Dieese Henrique Jäger, um dos expositores da mesa sobre conjuntura econômica realizada no final da manhã de hoje no 8° Congrenf (Congresso Regional dos Petroleiros).

De acordo com ele, o plano de negócios anunciado pela empresa recentemente, que reviu metas para baixo, aponta para um “desinvestimento”, com a venda de US$ 15 bilhões em ativos, e busca de “eficiência operacional” na exploração, especialmente na Bacia de Campos, o que também significa busca por redução de custos.

Além disso, a julgar pelo modo como o governo está se relacionando com categorias do setor público neste primeiro semestre de 2012, sem atender a demandas apresentadas por servidores das universidades e eletricitários, por exemplo, vê-se a disposição governamental em manter uma política de contenção, até mesmo em razão da redução da atividade econômica, evidenciada pela queda recente no PIB (Produto Interno Bruto).

Mudanças na aposentadoria e na política de terceirizações também foram lembradas por Jäger como preocupantes para os trabalhadores. No primeiro caso, a chamada desoneração das empresas em relação aos custos da previdência tende a jogar a conta para o trabalhador. No segundo, tem-se, notadamente no setor petróleo, um crescimento da terceirização que precariza o trabalho e rebaixa os acordos coletivos.

Outro expositor na mesa desta manhã, o também técnico do Dieese Rodrigo Leão, que é responsável pela subseção do Dieese que funciona no Sindipetro-NF, fez uma exposição dos dados que mostram os impactos da economia brasileira sobre os resultados da Petrobrás, e também a relação contrária, sobre os impactos do desempenho da Petrobrás sobre a economia Brasileira.

No primeiro sentido, os números apontam para uma relação em que a empresa foi utilizada como instrumento de gestão econômica, para contribuir no combate à inflação (por meio do controle dos preços dos combustíveis, por exemplo) e no estímulo à atividade econômica e na geração de empregos.

Os expositores também chamaram a atenção para os efeitos do aumento da importação de derivados e a desvalorização do câmbio.

A mesa desta manhã foi moderada pelos diretores do Sindipetro-NF Valdick de Souza e Francisco Tojeiro. Na parte da tarde, os congressistas vão discutir as propostas da região para a Pauta de Reivindicações dos Petroleiros.