Foram precisos 7 anos para o Tribunal de Contas da União chegar à conclusão na véspera de natal, que o professor José Sérgio Gabrielli cometeu infrações disciplinares quando estava à frente da presidência da Petrobras entre os anos 2005 e 2012. A Controladoria-Geral da União (CGU) cassou o valor que Gabrielli recebe da aposentadoria de professor da UFBa, depois de ato assinado pelo ministro substituto da CGU Valmir Gomes Dias, e oficializado na edição do Diário Oficial da União do último dia 24 de dezembro.
Toda essa movimentação contra Gabrielli é baseada no fato de que o ex-presidente é investigado pelo Tribunal de Contas da União em processo sobre as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O processo ainda não foi concluído e as investigações não apontam qualquer indiciamento criminal, portanto, não há condenação que sustente tal medida.
Gabrielli defendeu-se nas redes sociais: “Vou recorrer à Justiça contra esta absurda decisão de perseguição política. Minha aposentadoria é resultado de 36 anos e dois meses de vínculo com a UFBa e portanto não tem nada a ver com a Petrobras. Em relação aos fatos relacionados com a empresa não há qualquer indiciamento criminal e as investigações no âmbito do TCU são ainda investigações sem conclusões. A minha aposentadoria da UFBa é minha ÚNICA fonte de renda e portanto está absurda decisão da CGU é a condenação à morte econômica. Vou lutar até o limite pelos meus direitos.”
Quem achar que esta decisão não se caracteriza claramente como uma perseguição política é de certo alguém que prefere a cegueira da análise superficial ou a passividade diante das ações insanas do governo Bolsonaro, que à medida que se tornam mais frequentes correm grande risco de serem naturalizadas. É necessário questionar de onde vem esse direito de violar direitos. Assim, a FUP denuncia tamanha ação covarde e exige que seja restabelecida a aposentadoria e a dignidade de Gabrielli.