Com mobilização e diálogo, FUP e sindicatos buscam saídas para Plano Petros-1

Durante ato realizado pela FUP e seus sindicatos nesta quinta-feira, 17, na sede da Petros, no Rio de Janeiro, os participantes e assistidos do Plano Petros-1 garantiram uma importante vitória, fruto do diálogo e da mobilização: o Conselho Deliberativo não votou a proposta da direção da Fundação para equacionamento do déficit do plano.

Após ouvir a representação das entidades sindicais, que ocuparam o prédio da Petros para que pudessem ser ouvidas pelos conselheiros, o presidente do Conselho Deliberativo, Afonso Celso Granato Lopes, anunciou a decisão de suspender a votação. A FUP continuará tentando estabelecer um canal de negociação com a Petros e as patrocinadoras do PP-1 para buscar a melhor forma de resolver o déficit sem prejudicar os participantes e assistidos.

Os petroleiros iniciaram a manifestação em frente à sede da Petros por volta das 10 horas, com a presença de aposentados e pensionistas de vários estados do país, que participaram nos últimos dias de um seminário nacional que discutiu a situação do Plano Petros e alternativas de equacionamento do déficit, que sejam viáveis para os participantes e assistidos e garantam a sustentabilidade do plano no longo prazo.

Em suas intervenções, os dirigentes da FUP e de seus sindicatos alertaram que os problemas do PP-1 são históricos e estruturais, que precisam ser definitivamente resolvidos, mas reconhecem a necessidade de novos aportes financeiros para o plano. No entanto, não aceitam a conta integral que a direção da Petros quer impor aos participantes e assistidos, pois entendem que as patrocinadoras têm responsabilidade com esses problemas.

“Há muitos anos, nosso fundo tem problemas estruturais graves, pois foi criado para que os baixos salários financiem as altas aposentadorias. Ou seja, uma pequena parcela dos assistidos acaba sendo beneficiada e todo o coletivo pago. Temos a consciência de que o plano necessita de novos aportes, mas não pode ser penalizando os assistidos e participantes”, afirmou o coordenador da FUP, José Maria Rangel.

“Em 2007, com o processo de repactuação do regulamento do plano e com a criação do Plano Petros-2 para os novos trabalhadores, a FUP conseguiu dar uma sobrevida de dez anos para o nosso fundo de previdência, que sempre teve um histórico de déficits consecutivos”, explicou, lembrando que a repactuação do PP-1 garantiu que as patrocinadoras reconhecessem parte das dívidas que têm com o fundo, o que representa hoje R$ 11 bilhões a mais no patrimônio do plano. “Se não fosse a repactuação, que injetou recursos no plano, hoje ele estaria insolvente”, declarou Zé Maria.