Paralisações que começaram na noite de terça-feira, 18, e seguem até a meia noite desta quarta, 19, nas principais bases operacionais do Sistema Petrobrás.
Imprensa da FUP
Mais uma vez, os petroleiros estão mostrando a força mobilizadora da categoria nas paralisações que começaram na noite de terça-feira, 18, e seguem até a meia noite desta quarta, 19, nas principais bases operacionais do Sistema Petrobrás. Seguindo o indicativo da FUP e sindicatos, aprovados em assembléias, os trabalhadores próprios e terceirizados estão atrasando por duas horas as trocas de turno das refinarias, terminais, áreas de produção terrestres, termelétricas e usinas de biodiesel, bem como na entrada do expediente administrativo. A categoria também suspendeu por 24 horas a emissão de Permissões de Trabalho (PTs) em várias unidades, inclusive nas plataformas marítimas.
A mobilização é uma resposta dos petroleiros à Petrobrás, que, após cinco rodadas de negociação com a FUP, ainda não apresentou uma contraproposta aos trabalhadores, nem sequer discutiu as reivindicações econômicas da categoria. Além disso, a empresa não apontou qualquer disposição política em alterar diretrizes de segurança e descartou toda a pauta referente à igualdade de condições de trabalho para os terceirizados e mudanças na política de contratação da Petrobrás. Nos últimos 16 anos, 309 trabalhadores morreram em acidentes de trabalho na empresa, dos quais 250 eram terceirizados.
Além da mobilização nacional realizada nesta quarta-feira, os petroleiros estão em estado de greve e em assembléias permanentes, preparados para realizar a qualquer momento uma greve com parada e controle de produção, cujas estratégias foram discutidas no Seminário Nacional realizado pela FUP no último dia 11. Na sexta-feira, 21, a FUP e seus sindicatos voltam a se reunir no Conselho Deliberativo, em Guarulhos (SP), para discutir os próximos passos da campanha reivindicatória.
Os petroleiros reivindicam nova política de SMS que defenda a vida, aumento de efetivos, igualdade de direitos, ganho real de 10%, melhoria dos benefícios e fim das práticas antissindicais, entre outras reivindicações.
Veja como foram as mobilizações desta quarta em todo o país
Amazonas – o atraso de duas horas nas trocas de turno da Reman teve início às 23 horas desta terça-feira, 18, e prosseguiu nos turnos seguintes. Além disso, os trabalhadores suspenderam por 24 horas a emissão de PTs. Houve também atrasos de duas horas nos turnos do Terminal de Coari e no expediente administrativo.
Ceará – os trabalhadores da Lubnor atrasaram em uma hora a entrada do expediente administrativo e do turno das 7 horas. Nas plataformas marítimas, foram suspensas por 24 horas a emissão de PTs, desde a zero hora de hoje. Em Paracuru, houve também atrasos nos embarques para as plataformas.
Rio Grande do Norte – o Sindipetro realiza nesta quarta-feira, assembléia geral extraordinária nas sedes administrativas, campos de petróleo, locais de embarque, plataformas marítimas, unidades industriais e sondas. Os trabalhadores irão avaliar os indicativos da FUP de estado de greve, assembléias permanentes e outros encaminhamentos do sindicato. Durante as assembléias, houve atrasos de duas horas nos turnos, inclusive a dos funcionários administrativos, e cortes na emissão de Permissão de Trabalho (PTs).
Pernambuco e Paraíba – os trabalhadores do Terminal Aquaviário de Suape (PE) cortaram a rendição da operação na manhã desta quarta-feira, mobilizando cerca de 400 petroleiros, entre próprios e terceirizados. Foram três horas de atraso na entrada dos trabalhadores terceirizados e duas horas de atraso na entrada dos trabalhadores próprios, que suspenderam a emissão de PTs neste período. O Sindipetro também realizou um protesto em frente à unidade contra a gerência local e a coordenação da operação, denunciando as condições precárias de trabalho. No Termina de Cabedelo (PB), também houve atrasos de duas horas no expediente administrativo.
Bahia – os petroleiros baianos demonstraram unidade e pode de luta, nas mobilizações realizadas nesta quarta nas unidades operacionais e administrativas do Sistema Petrobrás no estado. As mobilizações foram iniciadas na BR 324 e na Via Parafuso, que são vias de acesso dos trabalhadores próprios e terceirizados de Salvador e do interior da Bahia às unidades do Sistema Petrobrás. Nas unidades de Alagoinhas e Taquipe, no setor administrativo do Cofip e do Conjunto Pituba, assim como na RLAM, Petrobrás BioCombustível (PBIO) e nos campos de produção terrestres (UOBA), houve atrasos de duas horas na entrada do expediente. Na FAFEN, também houve manifestação com atraso de três horas. Em todas as mobilizações, o Sindipetro-BA relatou os resultados do Seminário Estadual Preparatório de greve, realizado durantes dois finais de semana.
Minas Gerais – os trabalhadores da Regap iniciaram à zero hora desta quarta atrasos de duas horas nas trocas de turno, envolvendo também os companheiros do administrativo, que atrasaram o início do expediente. A mesma mobilização foi realizada na Termelétrica Aureliano Chaves e na Usina de Biodiesel de Montes Claros.
Espírito Santo – cerca de 115 trabalhadores próprios e terceirizados das bases do Norte Capixaba, na cidade de São Matheus, aderiram ao movimento, que teve inicio às 6h, com atraso de duas horas na entrada do expediente. As paralisações também foram realizadas pelos petroleiros da UTGC, em Linhares.
Duque de Caxias – 100% dos trabalhadores de turno e do setor administrativo da REDUC e do Terminal de Campos Elíseos (TECAM) participaram das mobilizações, atrasando por duas horas o inicio do expediente. Também houve corte na emissão de PTs, apesar da pressão da gerência local, tentando intimidar o trabalhadores. O Sindipetro fez um debate com a categoria sobre o Seminário Nacional de Qualificação de Greve da FUP e sindicatos e expôs uma avaliação sobre os “tímidos avanços” das últimas negociações com a Petrobrás, ressaltando, que se preciso for, a categoria precisará realizar uma greve com parada e controle de produção.
Norte Fluminense – a mobilização está sendo realizado no Terminal de Cabiúnas, em Macaé, e em 35 plataformas da Bacia de Campos. Em Cabiúnas, a paralisação de serviços e vigília iniciou com o grupo da zero hora e foi até às 11h. O grupo que entrou às 8h aprovou em assembleia a manutenção do movimento até às 20h. Os Diretores do Sindipetro-NF acompanham o movimento na porta do terminal. Uma assembléia às 16h irá definir a continuidade do movimento até às 24 horas. Apesar da forte adesão e demonstração de unidade dos petroleiros, o sindicato recebeu denúncias de ações truculentas das gerências em três plataformas, onde os trabalhadores estão sofrendo assédios, ameaças e sendo pressionados a realizar treinamentos durante o movimento. Além disso, a gerência da P-15 também tentou desembarcar técnicos de segurança que aderiram à mobilização, para embarcar pessoas que não conhecem a plataforma. O Sindicato deu a orientação que os trabalhadores permaneçam a bordo pela segurança da unidade. Os assédios, ameaças e pressões para a continuidade da produção ocorreram nas plataformas P-07 e P-19.
Unificado de São Paulo – as mobilizações foram realizadas nos Terminais da Transpetro em Guarulhos, Guararema, Barueri e Ribeirão Preto, onde os trabalhadores participaram de atos e atrasaram em duas horas a entrada do expediente. As mobilizações foram realizadas também na Termelétrica Luis Carlos Prestes, em Três Lagoas, no Mato Grosso Sul, no terminal de Senador Canedo, em Goiás, e nos terminais de Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais, que também são bases do Sindipetro Unificado de São Paulo, as mobilizações. Os petroleiros da Recap e da Replan iniciaram as paralisações a zero hora desta quarta-feira, atrasando em duas horas as trocas de turno. As mobilizações envolveram cerca de dois mil trabalhadores.
Paraná e Santa Catarina – na Repar (PR), a mobilização começou na entrada do expediente, com a participação de dez mil trabalhadores próprios e terceirizados. Durante a paralisação de três horas, os petroleiros participaram do ato realizado pelo Sindipetro PR/SC, que contou com a presença do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, dos trabalhadores de montagem, do Sindicato dos Vigilantes, do Sindi-Química e da CUT. Em Santa Catarina, os trabalhadores dos Terminais de Itajaí, Biguaçu e Guaramirim realizam durante o dia todo a Operação Permissão de Trabalho Única, com a liberação restrita a uma PT por vez. No Terminal de São Francisco Sul, a mobilização acontece na quinta-feira (20), com atraso no expediente de uma hora. Na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, os trabalhadores atrasaram em uma hora e meia a entrada do expediente administrativo e do turno das 07h30. A mobilização continua durante o dia com a Operação PT Única. No Terminal de Paranaguá ocorreu Bate Papo Sindical na entrada do turno do Grupo III, onde os sindicalistas locais esclareceram a base sobre a campanha pela segurança.
Rio Grande Sul – o movimento foi realizado na Refap e nos três Terminais da Transpetro (Tedut, Tenit e Terig). A paralisação foi iniciada com o grupo da zero hora e prosseguiu com os trabalhadores da manhã, que atrasaram em duas horas o expediente. Durante toda a mobilização, na refinaria e nos terminais, a mobilização teve a adesão de ampla maioria dos trabalhadores.