Acidentes e precarização: é a conta do PIDV da Petrobrás

A redução de efetivos imposta pela gestão da Petrobrás precarizou ainda mais as condições de trabalho, principalmente nas unidades operacionais, onde os riscos de acidentes se multiplicaram. Com o quadro de trabalhadores cada vez mais reduzido nas plataformas, refinarias, terminais e outras unidades, a empresa vem atropelando normas e procedimentos básicos de segurança.

Na Bacia de Campos, por exemplo, a P-51 foi parcialmente interditada no último dia 25, após os órgãos fiscalizadores comprovarem as denúncias feitas pelo Sindipetro-NF. Os auditores encontraram uma série de irregularidades nas instalações elétricas, nos espaços confinados, laboratórios e até áreas de armazenagem de material inflamável.

Com efetivos e custos reduzidos, a Petrobrás chegou ao ponto de obrigar os trabalhadores a fazerem treinamentos online em vez de cursos presenciais, como determinam as Normas Regulamentadoras. Para coibir esse tipo de manobra, o Ministério do Trabalho emitiu recentemente uma Nota Técnica proibindo expressamente treinamentos à distância.

Na Reduc, onde até o momento 130 trabalhadores deixaram a refinaria pelo PIDV, o turno já perdeu 50 técnicos de operação, nove técnicos de segurança e oito inspetores de segurança. A unidade, que já operava com efetivos reduzidos, passou a registrar um acidente atrás do outro.  No último dia 18, um trabalhador teve as duas pernas e um dos braços gravemente queimados, ao cair em uma canaleta com vapor quente, decorrente de um vazamento que, provavelmente, não foi identificado.

Segundo o Sindipetro Caxias, o acidente foi provocado pelo acúmulo de PTs que os petroleiros estão sendo obrigados a acompanhar simultaneamente, em função da redução de efetivos. Em protesto, os trabalhadores da Reduc estão realizando a Operação Para Pedro com a orientação de só emitirem uma PT de cada vez.

A adesão à Operação Para Pedro tem sido fundamental para denunciar os problemas de segurança no Sistema Petrobrás e identificar os descumprimentos de normas e procedimentos por parte dos gestores, bem como as pendências nas unidades operacionais. Somente com os trabalhadores organizados teremos força e condições de resistir ao desmonte que a empresa vem sofrendo. 

FUP