Em favor da greve, interinos abrem mão dos cargos comissionados na Usina Termelétrica Luís Carlos Prestes (MS)

Os supervisores interinos da operação da Usina Termelétrica Luís Carlos Prestes (UTE LCP), em Três Lagoas-MS, assinaram uma carta abrindo mão dos seus cargos comissionados. O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) protocolou, na manhã de hoje (05.11), o documento junto à Petrobrás.

“Diante disso, a empresa fica impedida de formar uma segunda equipe de contingência, já que não tem mais à disposição trabalhadores em cargo de confiança”, afirmou o diretor do Sindicato, Gilmar Silva.

A atitude foi tomada como resposta ao descaso dos supervisores, que integram a equipe de contingência. Ontem, um oficial de Justiça esteve na empresa para averiguar a situação do contingente e, por meio de habeas corpus, liberar a saída do pessoal, que estava trabalhando a dois dias ininterruptamente.

O grupo, segundo informou o diretor sindical, fez pouco caso do documento judicial e se negou a sair. A Justiça do Trabalho estabeleceu, então, um acordo de troca de um funcionário da contingência a cada 24 horas. A primeira saída ocorreu às 6h de hoje. Dessa forma, a unidade passou a operar com um trabalhador a menos do que o número mínimo recomendado.

O dirigente do Unificado informou ainda que os técnicos de operação da UTE estão assinando uma lista, na qual se negam a ocupar cargos de supervisão ou interinidade. “Estamos coletando assinaturas de todos os operadores, que também são contrários à atitude dos supervisores de continuarem dentro da empresa. Esse pessoal, certamente, está exausto diante de tantas horas de trabalho e isso aumenta os riscos de acidentes e coloca em risco a vida desses trabalhadores”, argumentou Silva.

Greve

Os trabalhadores da UTE cruzaram os braços no domingo (01.11), quando foi deflagrada a greve nacional dos petroleiros. A equipe de contingência assumiu a operação na segunda-feira e desde então, com exceção de uma funcionária que saiu hoje de manhã após acordo com a Justiça, continua dentro da empresa há mais de 72 horas. A paralisação na termelétrica tem a adesão de 100% do turno e 50% do pessoal do horário administrativo.

Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo