Na VW de São Bernardo e em outros locais de trabalho, trabalhadores mandam seu recado ao governo federal…
Entre a chegada dos trabalhadores que iniciam expediente às 5 da manhã e os que encerram o turno às seis, a CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realizaram nesta terça, no pátio da VW de São Bernardo, um ato em defesa da correção da tabela do imposto de renda e pela valorização do salário mínimo.
“Governo novo, lutas novas”, disse o presidente da CUT, Artur Henrique. “Uma coisa foi a disputa eleitoral, outra é a disputa por mais avanços e conquistas dos trabalhadores”.
O tema da correção da tabela do imposto de renda ganhou relevo. As centrais defendem que a tabela seja corrigida em 6,47%, inclusive para efeito da participação nos lucros e resultados (PLR), que também é tributada pelo IR.
“Tivemos campanhas salariais brilhantes em 2010, a imensa maioria delas com aumentos acima da inflação. Se a tabela do imposto de renda não for corrigida, boa parte desses ganhos pode ser jogada na boca do leão da receita”, disse o secretário de Administração e Finanças da Central, Vagner Freitas, diante da assembleia reunida no pátio da VW.
Outras assembleias com o mesmo objetivo foram realizadas na manhã de hoje por outras categorias, em diferentes partes do país. Em São Paulo, por exemplo, os bancários reuniram-se em diversos locais de trabalho para defender as duas reivindicações. O mote usado pela categoria foi “Morda o Leão Antes que Ele te Morda”.
“Estamos aqui para mostrar que nossa base está dando sustentação aos dirigentes que vão negociar com o governo federal”, destacou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. Amanhã, dia 2, a CUT e as centrais se reúnem com representantes do governo Dilma para debater tanto a correção da tabela quanto o aumento real para o salário mínimo (o governo defende R$ 545, enquanto as centrais cobram R$ 580).
“Queremos que o salário mínimo seja tratado em 2011 com excepcionalidade, da mesma forma com que os setores empresariais o foram durante a crise, recebendo isenção tributária e grandes linhas de financiamento subsidiadas com dinheiro público”, disse Artur.
Acompanhe, a seguir, como a correção da tabela vai beneficiar os trabalhadores:
Imposto de Renda |
|||||
Salário |
Alíquota sem correção da tabela |
IR pago sem correção da tabela |
Alíquota com correção de 6,47% da tabela |
IR pago com correção de 6,47% da tabela |
Economia mensal |
R$ 1.590,00 |
7,5% |
R$ 6,82 |
isento |
– |
R$ 6,82 |
R$ 2.300,00 |
15% |
R$ 64,06 |
7,5% |
R$ 52,80 |
R$ 11,26 |
R$ 2.500,00 |
15% |
R$ 71,46 |
7,5% |
R$ 55,77 |
R$ 15,69 |
R$ 3.100,00 |
22,5% |
R$ 191,88 |
15% |
R$ 165,88 |
R$ 26,00 |
R$ 3.900,00 |
27,5% |
R$ 379,72 |
22,5% |
R$ 339,17 |
R$ 40,55 |
R$ 4.100,00 |
27,5% |
R$ 393,28 |
22,5% |
R$ 348,07 |
R$ 45,21 |
Fonte: Sese – Subseção Dieese – Seeb/SP