FUP cobra acesso às investigações da Petrobrás sobre corrupção e participação nas comissões internas de apuração

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A direção colegiada da FUP reuniu-se nesta sexta-feira, 21, com a presidenta da Petrobrás Maria das Graças Foster, e os diretores José Formigli e José Eduardo Dutra para discutir as providências que estão sendo tomadas em relação às denúncias de corrupção. A Federação cobrou acesso às investigações realizadas até agora pela empresa e participação nas comissões internas de apuração, deixando claro que Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento), Pedro José Barusco Filho (ex-gerente executivo de Serviços e Engenharia), entre outros gestores investigados por participação em esquemas de corrupção, de forma alguma representam os trabalhadores da Petrobrás. Pelo contrário: envergonham a categoria!

A FUP exigiu “punição exemplar” para todos os gestores envolvidos em malfeitos, ressaltando que, dificilmente, eles agiram sozinhos. O coordenador José Maria Rangel reiterou o posicionamento da entidade, expresso em notas públicas e no documento enviado à Presidência da empresa no último dia 06, de que a “atual política de contratação da Petrobrás e a desregulada terceirização em curso , além de ameaçarem a vida dos trabalhadores, contribuem para a prática da corrupção”. 

A Federação cobrou que a Petrobrás faça uma defesa pública dos trabalhadores da empresa deixando claro para a sociedade que a categoria jamais foi conivente com a corrupção. “A Petrobrás tem que resgatar a auto-estima dos petroleiros, que sempre se orgulharam de trabalhar na maior e mais estratégica empresa do país. Para isso, é preciso que haja uma atuação exemplar no combate à corrupção. Essa é uma oportunidade única de passarmos a limpo a nossa história e nos livramos dos corruptos e corruptores que há décadas sangram a nossa empresa e o país”, ressaltou José Maria. 

A FUP também cobrou mecanismos eficientes de controle de gestão, primeirização de todas as atividades-fim, transparência nos instrumentos de contratação, nova estratégia de comunicação com revisão da aplicação das verbas publicitárias, entre outras propostas apresentadas, que serão formalizadas em um documento para Graça Foster.

Investigar tudo e todos

No parecer em que pede à Justiça Federal do Paraná o bloqueio dos bens das empreiteiras envolvidas nas denúncias de corrupção na Petrobrás, o Ministério Público Federal afirmou que  “o esquema criminoso atuava há pelo menos 15 anos”. No entanto, a cobertura da mídia de espetacularização deste caso, assim como fez no chamado “mensalão”, tem sido no sentido de criminalizar o PT e abonar o PSDB. As nove empreiteiras que estão sendo investigadas são financiadoras históricas de campanhas eleitorais, principalmente, dos candidatos tucanos e do DEM.

Enquanto isso, escândalos da gestão tucana, como a construção do Gasbol e a troca de ativos com a Repsol seguem incólumes. A FUP e seus sindicatos denunciaram e entraram com ações para barrar a entrega de 30% dos ativos da Refap à petrolífera espanhola, comandada por FHC. Na negociata, a Petrobrás entregou um patrimônio de US$ 3 bilhões e recebeu em troca bens avaliados em apenas US$ 750 milhões. Passados 14 anos, o processo segue parado no STJ.

Em 1996 (governo do PSDB), até o jornalista Paulo Francis denunciou um esquema bilionário de corrupção envolvendo diretores da Petrobrás, mas o então presidente da empresa, Joel Rennó, em vez de tomar alguma providência, abriu um processo de US$ 100 milhões contra o jornalista, que morreu alguns meses depois.

Fonte: FUP