XV CONFUP: Atividades do penúltimo dia de congresso começam com debate sobre Responsabilidade Social e Sindicalismo

O penúltimo dia do XV CONFUP foi iniciado com um painel sobre Responsabilidade Social e Sindicalismo, com a presença do Supervisor Técnico do Dieese e representante dos trabalhadores brasileiros na comissão internacional que discutiu e elaborou a ISO 26000, Clóvis Scherer, do Coordenador de Responsabilidade Social do Instituto Observatório Social (IOS), Hélio da Costa, do diretor da FUP e representante da CTB, Aldemir Caetano e, do coordenador do Sindipetro-ES, Eneas, como mediadores da mesa.

O Coordenador de Responsabilidade Social do Instituto Observatório Social (IOS), Hélio da Costa, avaliou a existência de um pessimismo em relação à implantação da norma ISO 26.000,  devido ao fato das ISOs estarem associadas às normas de qualidade e à reestruturação produtiva. Esse pessimismo também pode estar associado à falta de conhecimento em relação à responsabilidade social. Uma pesquisa aplicada durante o X CONCUT em 2009 demonstrou que cerca de 70% dos sindicalistas desconheciam o tema.

Hélio afirmou que um dos limitadores da ISO 26000 é a desconfiança em relação à prática das empresas. Um exemplo disso são as boas práticas sociais dos bancos e seu péssimo relacionamento com os bancários, demonstrando uma total incoerência.

Apesar disso, o coordenador do IOS comentou que a Confederação Sindical Internacional avalia o conteúdo da Norma como positivo, mas que não substitui as resoluções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a elaboração de políticas públicas. Ele sugere que o movimento sindical busque o crescimento das redes sindicais de trabalhadores de empresas nacionais e internacionais, para troca de informações e melhoria de condições de trabalho.

O Supervisor Técnico do Dieese e representante dos trabalhadores brasileiros na comissão internacional que discutiu e elaborou a ISO 26000, Clóvis Scherer, comentou que uma empresa socialmente responsável tem atitudes éticas e não coloca em risco a saúde, segurança dos seus trabalhadores e protege o meio ambiente.

Na sua avaliação existem alguns pontos positivos na responsabilidade social, que estão associados à princípios de conduta, um deles é o fortalecimento do combate ao trabalho infantil e ao trabalho escravo.

“Cabe ao movimento sindical ter uma posição mais elaborada em relação à Responsabilidade Social, por isso a necessidade de discutir esse conceito e propor avanços na norma. Também  através da norma será possível a negociação de compromissos efetivos e vinculantes não só comos trabalhadores diretos, mas com os terceirizados” – concluiu.