Metalúrgicos do ABC criam comitê em defesa de Lula na Ford

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Em assembleia para definir campanha salarial e discutir a realidade política brasileira, a partir dos desdobramentos dos últimos dias, cerca de três mil metalúrgicos da Ford aprovaram na manhã desta quinta-feira (19), em São Bernardo do Campo, a criação do Comitê de Base pela Liberdade de Lula.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres, disse que o objetivo do comitê é  organizar ações em defesa do ex-presidente Lula, bem como mostrar à sociedade o que está por trás da prisão política e injusta do primeiro metalúrgico do ABC que chegou à Presidência do Brasil.

“Os trabalhadores mostram que têm lado e que Lula é o favorito para eles nas eleições à Presidência deste ano, como também mostram pesquisas atuais no Brasil. Eles demostram total apoio ao ex-presidente e são claros em dizer que desacreditam no Judiciário brasileiro que condena sem provas um inocente”, diz o dirigente.

Entre as ações, o comitê pretende organizar mobilizações na região, criar abaixo-assinados em defesa do ex-presidente Lula e apoiar o Acampamento Lula Livre, instalado nas proximidadades da sede da Superintendência da Polícia Federal,  em Curitiba, no Paraná, desde o dia 7 de abril, quando o ex-presidente decidiu cumprir a ordem judicial.

Para o coordenador-geral da representação na Ford, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, injustiça é a palavra que resume o que está acontecendo com Lula. Ele fala sobre a importância do ex-presidente para a categoria e para o Brasil.

“Eu tenho 32 anos de Ford. Existem dois episódios que têm um peso muito grande para nós trabalhadores. Um, quando Lula assumiu o governo em 2002. Desde aquele ano, ele quase triplicou a quantidade de veículos vendidos. O que significou maiores empregos, maior PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e aumento real nos salários. Segundo, em 2005, num momento em que tínhamos incerteza se a fábrica de São Bernardo do Campo iria fechar, Lula foi pessoalmente até a Ford conversar com o presidente da fábrica no momento e, neste diálogo, mais a pressão dos trabalhadores, conseguimos manter a unidade no ABC”, relata.

Metalúrgica na Ford há 23 anos, a dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Simone Vieira, lembra como Lula transformou não apenas a realidade dos trabalhadores e trabalhadoras na base, mas favoreceu acesso à educação superior, transformando, para ela, também a realidade da classe trabalhadora.  

“Como engenheira formada numa universidade pública, eu admiro como Lula aumentou as faculdades e universidades públicas no Brasil. Como filha de metalúrgico, sem dinheiro para pagar uma faculdade privada, vejo como o Brasil se transformou durante os governos de Lula e Dilma. E o que esse golpe hoje está fazendo é impedir que esses avanços aconteçam e que os pobres continuem tendo acesso à educação e a direitos essenciais”, avalia.  

[Via CUT/SP]