Caravana de Lula chega ao Rio, destacando importância da Petrobrás para geração de empregos no estado

 Foto de Ricardo Stuckert

[Reportagem do Sindipetro-NF]

Em ato público que reuniu cerca de três mil pessoas, nesta noite, em Campos dos Goytacazes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a etapa fluminense da sua caravana iniciada ontem no estado do Espírito Santo. Em seu discurso, na Praça do Liceu, quadrilátero histórico da cidade, Lula destacou o papel estratégico do setor petróleo para a geração de empregos e a necessidade de retomar investimentos em educação.

O ex-presidente lembrou que foi um Presidente da República campista, Nilo Peçanha, que em 1909 fundou a Escola de Aprendizes Artífices, que deu origem às escolas técnicas federais, e que entre Nilo e os presidentes que antecederam a Lula, por quase cem anos, foram feitas cerca de 140 escolas. “Depois, em 12 anos, eu fiz 500 escolas técnicas”, disse o petista.

“Não quero tirar o filho de ninguém da universidade, a única coisa que eu quero é que as pessoas mais humildes tenham a oportunidade de estudar”, afirmou.

Sobre a Petrobrás, Lula combateu a ameaça de privatização da companhia e afirmou que é necessário que a empresa volte a ter um papel social. “A Petrobrás não é apenas uma empresa de petróleo, é uma empresa que tem o compromisso com o desenvolvimento do País”, afirmou, destacando ainda que este também deve ser o caráter de outras empresas estatais e dos bancos públicos.

“Se eles não sabem como fazer, eu sei, é só colocar o povo na economia”, defendeu o ex-presidente, afirmando que para isso é que servem o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o BNDES.

Lava Jato

O ex-presidente não se furtou em falar em temas espinhosos, como a Operação Lava Jato, que foi lembrada em dois momentos: um quando Lula defendeu que “quem roubou tem que ser preso, mas não pode quebrar as empresas”, e em outro quando desafiou o juiz Sérgio Moro, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal a “apresentarem uma única prova” contra ele.

Pré-candidato à Presidência da República, Lula demonstrou que pretende fazer uma campanha mais dura do que as duas que realizou nas vezes em que se elegeu para a chefia do Poder Executivo, citando um enfrentamento direto às organizações Globo, ao manifestar desejo de “enfrentar um candidato como o logotipo do plim plim”, e de “democratizar a comunicação”.

“Que se preparem, porque estou me preparando. Muita coisa vai mudar nesse País”, disse o ex-presidente, dando como exemplo o chamamento de um Referendo Revogatório das reformas trabalhistas e de outras do período de Michel Temer na Presidência.

“Quero ter uma conversa muito séria com vocês, porque esse País vive a maior crise da sua história, governado por um golpista que rasgou 54 milhões de títulos de eleitores, que só é aceito pelo mercado para entregar o Brasil”, foi uma das suas primeiras afirmações aos militantes presentes ao ato público, que de alguma maneira se conecta com uma das suas últimas frases durante o discurso: “A esperança vai vencer a mentira”.

O coordenador geral da FUP e também diretor do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, que discursou antes de Lula, entregou ao ex-presidente uma réplica de uma plataforma de petróleo feita com sucatas eletrônicas pelo artista plástico Ricardo Salgado.

Caravana segue

Nesta quarta-feira, o ex-presidente permanece em Campos dos Goytacazes, onde visita o Campus Centro do Instituto Federal Fluminense e se reúne com reitores de universidades públicas. Depois, ainda pela manhã, segue para a cidade de Maricá. A etapa Rio de Janeiro da Caravana pelo Brasil terminará com ato público no Rio, após percorrer municípios da Baixada Fluminense.

[Foto: Vitor Menezes / Para Imprensa do NF]