MST se manifesta sobre crescente onda de violência contra os trabalhadores rurais

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Diante da violência brutal, que cobrou a vida de mais dois trabalhadores Sem Terra durante essa semana no Pará, o MST divulga nota pública para condenar a grave situação que enfrentam os trabalhadores do campo no estado.

A nota também reafirma que o movimento não se intimidará e seguirá lutando pela Reforma Agrária Popular e contra a impunidade em relação a esses crimes.

Nota Pública do MST-Pará

O MST vem a público denunciar os últimos assassinatos no campo no Pará. A violência e a criminalização contra os trabalhadores rurais no Pará e região vem se acirrando e a descaso dos governos federal e estadual permanece. Resultado dos conflitos no campo, trabalhadores e trabalhadoras são constantemente ameaçados e amedrontados em suas áreas, e os casos só aumentam.

Nesta sexta-feira (5), mais um trabalhador rural foi assassinado na Fazenda Serra Norte, em Eldorado dos Carajás, sudeste paraense. O trabalhador rural Eduardo Soares da Costa, foi torturado e morto dentro da fazenda. Mais uma violência contra os trabalhadores em uma região com terras historicamente griladas e de muitos conflitos.

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Kátia Martins foi executada com cinco tiros numa
emboscada. 

Outro caso recente foi o da trabalhadora e sindicalista, Kátia Martins, 43 anos, que foi executada com cinco tiros numa emboscada ocorrida na noite desta quinta-feira (4) dentro da própria casa, no assentamento “1º de Janeiro”, no nordeste paraense, próximo à capital.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Pará se solidariza as famílias das vítimas e repudia mais estas mortes que confirmam a violência constante no meio rural. Há 21 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, se intensificaram no Estado mortes e as ameaças de trabalhadores rurais, militantes, advogados e sindicalistas.

Esta situação já foi denunciada durante a audiência ocorrida em Belém no dia 27 de abril com Jeannot Jasen, Secretário de Segurança Publica e Defesa Social do Pará (SEGUP). Na ocasião, mencionamos os casos de Waldomiro Costa Pereira, a situação das 125 famílias que vivem no acampamento Frei Henri, na Fazenda Fazendinha, no município de Curionópolis, o acampamento Quintino Lira, em Santa Luzia do Pará e outros inúmeros casos que já foram denunciados a Ouvidoria Agrária Estadual e Nacional.

Neste período histórico da luta de classes, diante a ineficiência dos governos federal e estadual em adotar medidas favoráveis à Reforma Agrária, o MST se compromete a seguir denunciando as arbitrariedades e a violência com que as forças do latifúndio, das empresas privadas de mineração e do Estado têm praticado no Pará.

Em memória aos que tombaram pelo sonho da Reforma Agrária e da liberdade da terra e dos seres humanos, o MST continuará na luta e organização com os pobres, contra todas as formas de injustiça e pela Reforma Agrária Popular!

Coordenação Estadual do MST-Pará
Lutar construir Reforma Agrária Popular!