Centrais levam às ruas mais de um milhão de manifestantes contra reformas de Temer

Nesta quarta-feira, 15 de março, o povo brasileiro iniciou uma reação nacional contra as reformas do governo golpista. Em mais de 20 estados do país que aderiram ao Dia Nacional de Paralisações convocado pelas centrais sindicais, os trabalhadores deixaram claro que não abrirão mão de seus direitos.

A indignação contra as reformas da Previdência e trabalhista marcou as manifestações de rua e mobilizações nos locais de trabalho. Aos gritos de “fora Temer”, os protestos atraíam e arrastavam brasileiras e brasileiros, revoltados com o (des)governo golpista.

A mídia de tudo fez para tentar boicotar as manifestações, mesmo com os travamentos de vias públicas, paralisações dos transportes, fechamento de agências bancárias e greves de diversas categorias profissionais em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outras. 

Balanço feito pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo aponta que pelo menos um milhão de trabalhadoras e trabalhadores participaram do Dia Nacional de Paralisações em todo o país.

Ao longo da noite, os informes davam conta de que mais de 200 mil haviam lotado a Avenida Paulista, onde o ex-presidente Lula participou do ato. Em Belo Horizonte, foram cerca de 100 mil nas ruas e no Rio de Janeiro, a manifestação ultrapassou os 50 mil.

Em Curitiba e no Recife, os atos contra as reformas de Temer atraíram 40 mil pessoas e em Salvador, 50 mil.

Grandes manifestações públicas foram realizadas também em Porto Alegre, Vitória, Fortaleza, Natal, Belém, Manaus, Cuiabá, Florianópolis, Distrito Federal e em várias outras capitais do país, bem como cidades do interior.

“Está caindo a ficha da população. No momento do impeachment a coisa era mais politizada, mais difícil de debater e de dialogar com a população. Nesse momento, é uma questão concreta, a população está fazendo as contas. Não é uma coisa que depende de filiação partidária, o prejuízo vai ser de todos os trabalhadores pobres”, ressaltou Raimundo Bonfim, coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP).

Petroleiros

Atendendo ao chamado da FUP, os trabalhadores próprios e terceirizados do Sistema Petrobrás também participaram ativamente das mobilizações desta quarta-feira. Além de se manifestarem contra as reformas de Temer e seu governo ilegítimo, os petroleiros relembraram os 16 anos do acidente com a P-36, que matou 11 companheiros e simbolizou a falência do modelo de gestão do governo FHC, que está sendo retomado e intensificado por Pedro Parente. A categoria protestou contra o desmonte do Sistema Petrobrás e a insegurança crônica que coloca em risco diariamente os trabalhadores.

Lula na Paulista

No grande ato que encerrou o Dia Nacional de Paralisação, em São Paulo, o ex-presidente Lula discursou e criticou o atual governo. “Embora seja fraco e sem nenhuma representatividade, o Temer conseguiu colocar dentro do Congresso uma força política que quase nenhum presidente eleito conseguiu e está predestinado a tentar impor uma reforma da aposentadoria que vai praticamente impedir milhões de brasileiros consigam se aposentar e vai fazer com que os trabalhadores mais pobres, sobretudo os rurais do Nordeste, passem a receber metade de um mínimo, sem saber o que representam para a economia das cidades deste país”, afirmou.

Para Lula, “o problema da aposentadoria não é dinheiro. Gostaria que o Meirelles e o Temer estivessem ouvindo para saber que um dia resolvemos isso  com política de geração de renda que proporcionou crescimento inédito de receitas, entre 2008 e 2014, de 54%, com queda de desemprego e da informalidade”.

Texto e edição: FUP, com informações das CUTs Nacional e estaduais