Governo Temer aprofunda redução do emprego no setor público

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) abriu nesta semana um programa de demissões voluntárias para o qual espera adesão de 8.200 funcionários, de um total aproximado de 117 mil, até meados de fevereiro. Planos de demissão ou de estímulo à aposentadoria em empresas públicas têm sido comuns nos últimos anos, mas o atual governo caminha para aprofundar a redução de pessoal.

Desde 2013, segundo dados parciais, obtidos nos relatórios administrativos das próprias companhias, apenas quatro das maiores empresas – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, ECT e Petrobras – fecharam 30 mil postos de trabalho. Com novos programas em curso ou por vir, esse total chega a aproximadamente 55 mil.

A Petrobras fechou 2013 com 86.811 funcionários diretos. No terceiro trimestre do ano passado, último dado disponível, estava com 71.152, um corte próximo de 16 mil postos de trabalho, ou 18%. A companhia fez dois programas de incentivo ao desligamento voluntário (PIDVs), em 2014 e 2015. Alguns funcionários ainda devem deixar a empresa, que reduziu investimentos e tem vendido ativos, em processo que os petroleiros chamam de “desmonte” em favor do setor privado.

De 2013 para 2014, os Correios fecharam 5 mil vagas, de 125.420 para 120.461. A empresa continuou reduzindo, e em abril do ano passado estava com 117.405 funcionários diretos, sendo 59.718 carteiros. No PDV aberto agora, que vai até 17 de fevereiro, a empresa tem 17.700 trabalhadores considerados “elegíveis”, mas espera adesão de 8.200. O público é formado por funcionários com 55 anos ou mais e pelo menos 15 anos de serviço. Sindicalistas apontam, como consequência, piora na qualidade dos serviços prestados. Confirmadas as 8.200 adesões, o número de vagas fechadas desde 2013 vai superar 16 mil, queda de 13% no emprego.

Outro alvo recente do “ajuste”, a Caixa federal – que em 2013 chegou a contratar 8 mil funcionários, dispensando 2.700 (incluindo aposentadorias) –, passou de 101.500, no ano seguinte, para 95.100 no terceiro trimestre de 2016. A redução atingiu também estagiários e aprendizes, que foram de 16.300 para 14.800 no mesmo período. A meta do programa de demissões deve atingir de 8 mil a 10 mil trabalhadores.

Ainda no setor financeiro, o Banco do Brasil, já havia reduzido seu quadro de pessoas de 111.628 empregados, no final de 2014, para 109.159 até o terceiro trimestre do ano passado. E cortou mais de 9 mil após programa aberto no final de 2016.

A holding Eletrobras manteve estável seu quadro de pessoal nos últimos anos, entre 22 mil e 23 mil funcionários. No terceiro trimestre, tinha 22.989 (23.533 no ano anterior), sendo 15.583 operacionais e 7.406 administrativos, 4.556 na Chesf e 3.751 em Furnas. Mas também tem planos de redução.

 

VIA Rede Brasil Atual