Ação sindical marca a passagem de um ano da maior greve na Usina do Xisto

Nesta sexta-feira (01) completa-se um ano do início da mais longa greve já realizada na Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul. Para marcar a data, o Sindipetro Paraná e Santa Catarina organizou um ato pela manhã, em frente à unidade. Porém, o mau tempo impediu a realização do protesto e a atividade foi convertida em panfletagem.

No dia primeiro de setembro de 2016, os petroleiros da SIX paravam suas atividades por causa do autoritarismo da direção da Petrobrás, que, sem qualquer tipo de negociação, tentou impor a redução da jornada de trabalho dos empregados do regime de turno ininterrupto de revezamento de oito para seis horas. “A Petrobras, através de um famigerado ‘especialista de tabela de turno’ da Sede, que certamente não conhece a rotina de trabalho dos petroleiros, simplesmente veio à SIX para trazer a péssima notícia da mudança”, contou Claiton Paulo Ledur, técnico de operação na Usina e dirigente sindical de base.

A greve durou 45 dias, de 01 de setembro a 15 de outubro. A redução geraria graves prejuízos ao convívio social e familiar dos trabalhadores, assim como perdas salariais em decorrência da perda do adicional de Hora Repouso Alimentação (HRA). “A medida teria impacto imediato nas folgas dos trabalhadores, que passariam a ter um final de semana completo com a família somente nas suas férias, e também a diminuição dos salários em 25%”, afirmou Ledur.

Antes da tentativa de redução, a jornada de oito horas significava um ciclo mensal de 18 dias de trabalho e 12 de folga. A determinação da empresa representaria 24 dias de trabalho e apenas seis dias de folga. “Foi o primeiro ataque do governo golpista e neoliberal contra a classe trabalhadora”, recordou o técnico de segurança e dirigente sindical Michael Berthier.

Enquanto a Petrobrás apostava no enfraquecimento do movimento com o passar do tempo, a cada dia de greve a resistência dos petroleiros da SIX crescia mais e mais. Uma luta difícil e desgastante que foi parar nos tribunais. Mesmo assim, a greve continuava. “O Sindipetro imediatamente tentou abrir uma mesa de negociação para resolver o imbróglio, mas encontrou a Petrobrás, no alto de sua empáfia, tentou empurrar a tabela de turno de seis horas goela abaixo, com osso e farinha, fechada para negociações, ou somente negociava impondo condições inaceitáveis pelos trabalhadores”, lembrou Ledur.

Foram 45 dias de luta até que a empresa foi obrigada a retomar a jornada de turno de oito horas. “Foi uma greve histórica e vitoriosa. A resistência e organização dos petroleiros da Usina do Xisto foi exemplar e temos que ter muito orgulho disso”, concluiu Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina. 

Fonte: Sindipetro-PR/SC