Trabalhadores da plataforma de Garoupa na Bacia de Campos denunciam vazamento de gás subestimado pela Petrobrás

Sindipetro NF

O Sindipetro-NF foi informado por trabalhadores de que, no dia 24 de julho passado, um vazamento de gás na plataforma de Garoupa (PGP-1) não mereceu a devida atenção da empresa, tendo sido de maiores proporções do que fazem crer os registros oficiais.

De acordo com os petroleiros, “o gás foi tanto que chegou a parar a bomba de incêndio, pois os dampers não fecharam”. Os dampers são válvulas que fecham as entradas de ventilação para evitar a entrada de gases.

Os trabalhadores também informaram que o sistema é de grande volume e pressão de gás, próximo dos 110 KgF/cm², e houve risco de explosão. “Percebido o vazamento pelo operador, o mesmo pediu para abrir o dilúvio manualmente com atuação remota, da sala de controle, mas foi notado defeito na atuação dos dampers da sala de uma das bombas de incêndio, o que impossibilitou o seu acionamento”, diz o relato.

Depois de contato feito pelo Sindipetro-NF, a Petrobrás confirmou ontem, por e-mail, o vazamento. A gerência de Recursos Humanos, no entanto, afirma que o problema ocorreu na gaxeta de uma válvula, em área não confinada, e que não foi alcançada a concentração requerida para SD-3 (parada de emergência nível 3). “Todas as providências cabíveis foram imediatamente adotadas, existindo Relatório de Tratamento de Anomalia”, disse ainda a empresa.

Os petroleiros manifestam preocupação em relação ao sistema de escoamento de gás de PGP-1 e de outras unidades: “Apesar de novo, instalado em 2007, o sistema já apresenta problemas em razão da falta de manutenção. Mesmo em parada de produção de Garoupa, o sistema continua funcionando normalmente, mesmo sabendo que o sistema de flaire fica não operacional, o que aumenta o risco em caso de emergência”.