Ataques da Petrobrás ao direito de greve serão discutidos na PlenaFUP

Imprensa da FUP

Como fez em 2001, durante o governo FHC, a Petrobrás volta a punir os trabalhadores que exerceram o direito de greve. Atitude que, além de arbitrária, revela que as gerências da empresa continuam seguindo a risca a cartilha neoliberal de ataques e repressão à categoria. 

Primeiro aconteceu na Replan, onde três petroleiros da unidade de craqueamento foram punidos no mês passado por terem aderido à greve.  Agora é na Bacia de Campos, onde vários trabalhadores das plataformas estão sendo notificados com advertências e suspensões. As punições são decorrentes do que a Petrobrás arbitrariamente classifica de “excessos cometidos” durante a greve nacional de cinco dias, realizada em março deste ano. 

PlenaFUP

Os ataques ao direito de greve que a categoria petroleira vem sofrendo nos últimos anos, principalmente os interditos proibitórios e punições, serão tema de uma das mesas de debate da I Plenária Nacional da FUP, que acontecerá de 02 a 05 de julho, na Escola Latino Americana de Agroecologia, no Assentamento Contestado, no Paraná.  O debate ocorrerá na sexa-feira, 03, às 8 horas, e terá como palestrantes o assessor jurídico da FUP, Normando Rodrigues, e o cientista social e professor da Universidade Federal de Sergipe, Frederico Lisboa Romão, que é também trabalhador da Petrobrás. As punições e interditos proibitórios continuarão sendo discutidos ao longo da Plenária, onde os delegado deverão deliberar sobre como reagir a estes ataques ao direito de greve.

“Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo”

A empresa montou uma comissão interna para apurar o que chama de “excessos da greve” na Bacia de Campos, formada apenas por gerentes, sem garantir sequer o direito constitucional de defesa aos trabalhadores. As punições estão sendo aplicadas a cerca de 90 petroleiros das plataformas PRA-1, P-12 e P-19, que foram submetidos ao tribunal de inquisição imposto pela Petrobrás.

“Os trabalhadores não cometeram excesso algum durante a greve. Agiram legitimamente, com responsabilidade, cumprindo o direito constitucional de greve, orientados, o tempo todo, pelo sindicato. Ocorreram excessos, sim,  mas por parte das gerências, que cortaram a comunicação dos trabalhadores que estavam nas plataformas, praticaram cárcere privado, embarcaram equipes de contingências sem qualquer preparo para lidar com emergências, entre outras barbaridades cometidas durante a greve”, ressalta o coordenador do Sindipetro-NF, José Maria Rangel.

“Enquanto a empresa, através de seu blog, cobra imparcialidade da mídia em relação às notícias publicadas contra a estatal, por outro age de forma autoritária e antidemocrática, ao instalar uma comissão interna para apurar os fatos ocorridos durante a greve, sem ouvir os petroleiros e deixando de fora as ilegalidades cometidas pelas gerências. A empresa exige ser ouvida, mas não ouve seus trabalhadores “, declara José Maria.

As punições sofridas pela categoria são indevidas e arbitrárias. A Plenária Nacional da FUP, que começa no próximo dia 02, no Paraná, irá deliberar sobre como os petroleiros reagirão a mais este ataque ao direito de greve. Um dos princípios da luta de classes é a solidariedade. “Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo”, esse lema é ponto de honra para a categoria.