Em carta aberta aos petroleiros, FUP critica intransigência da Petrobrás nas negociações

[Foto: Diego Villamarin]

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou nesta quarta-feira, 07, uma carta aberta aos trabalhadores da Petrobrás e subsidiárias, onde critica a intransigência dos gestores, que, desde junho, negam-se a discutir as propostas da categoria para que a estatal mantenha-se como uma empresa integrada de energia, preservando investimentos, postos de trabalho, conquistas e direitos.

 Veja a íntegra do documento:

CARTA ABERTA AOS TRABALHADORES PRÓPRIOS E TERCEIRIZADOS DA PETROBRÁS, SUBSIDIÁRIAS E FAFEN-ARAUCÁRIA

Desde junho deste ano, a FUP vem apresentando propostas alternativas ao Plano de Negócios e Gestão da Petrobrás para o período 2015-2019. Nossas reivindicações foram apresentadas ao Conselho de Administração em 23 de junho de 2015 pelo representante dos trabalhadores, Deyvid Bacelar.

Posteriormente, por deliberação da Plenária Nacional da FUP, e das assembleias de trabalhadores, nossas reivindicações foram consolidadas na Pauta pelo Brasil e formalmente apresentada à empresa em 7 de julho de 2015. Em mais de uma ocasião, desde então, prestamos esclarecimentos sobre as nossas reivindicações, sem que a Petrobrás manifestasse a mais tênue vontade de negociar.

A Pauta pelo Brasil é vital para os trabalhadores porque o atual PNG implica em desemprego, em perda de direitos e em precarização das condições de trabalho, aumentando significativamente os riscos de acidentes, adoecimentos, mutilações e mortes.São nossas vidas, portanto, que estão em jogo.

Ainda assim, a Petrobrás age como se nada acontecesse e recusa-nos o Direito Humano Fundamental da Negociação Coletiva de Trabalho.Recusa parcial, além de descabida, pois com os bancos a empresa negociou e modificou o PNG. Para pior!

Enquanto assim procede, a Petrobrás ainda tenta forçar os trabalhadores a negociar o Acordo Coletivo de Trabalho, como se fosse possível ignorarmos as restrições de direitos, mudanças de regime punitivas e demais autoritarismos realizados pela empresa para impor seu Plano.

Chamamos os companheiros, portanto, à reflexão. Pedimos a leitura comparativa dos dois documentos abaixo:

Acesse aqui o nosso convite à negociação  

Confira a respectiva negativa patronal 

Leiam criteriosamente e respondam, por favor:

a) Qual dos lados alega querer negociar, mas se recusa a discutir a pauta de reivindicações apresentada pelos trabalhadores, aprovada em Plenária Nacional e em assembleias?

b) Quem configurou uma “mesa de negociações” com gerentes de terceira linha, destituídos de poderes para decidir, caracterizando assim a inutilidade dos entendimentos?

c) Qual dos lados pretende falsamente “negociar” e convida o outro para uma sala de 2m x 2m?

d) Qual dos lados quer negociar segregando as demais empresas do Sistema Petrobrás, coisa nunca antes feita, numa clara demonstração de ruptura com o modelo de empresa integrada, característico da indústria mundial do petróleo?

e) Qual dos lados “quer negociar” rebaixando direitos?

Enfim, que cada trabalhador, próprio e terceirizado,da Petrobrás, das subsidiárias e da Fafen-PR responda: quem é o intransigente, afinal?

 

Rio de Janeiro, 07 de outubro de 2015

Direção Colegiada da Federação Única dos Petroleiros