Ato da FUP e CUT na ABI deslancha campanha em defesa da Petrobrás

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“Somos 200 milhões de petroleiros! Por uma Petrobrás 100% pública”. A faixa em frente à Associação Brasileira de Imprensa (ABI) chamava a atenção de quem passava pelo local, no Centro do Rio de Janeiro, na terça-feira, 24. Dentro do prédio, o auditório lotado com mais de 550 pessoas fervilhava em aplausos e gritos em defesa da Petrobrás e da soberania nacional. Do lado de fora, outras centenas de pessoas acompanhavam ao vivo pelo telão o ato histórico realizado pela CUT e pela FUP, com participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de diversos intelectuais e lideranças de movimentos sindicais e sociais.  

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Foto Ricardo Stuckert

Estavam lá defendendo a Petrobrás o escritor Eric Nepomuceno, os jornalistas Luis Nassif e Hildegard Angel, o físico Luiz Pinguelli Rosa, o ator Antônio Pitanga, os cineastas Luiz Carlos e Lucy Barreto, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, o presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, o líder do MST, João Pedro Stédile, o presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, a presidente da UNE, Vic Barros, além de toda a Executiva Nacional da CUT, da Direção Colegiada da FUP, de representantes da CTB, do MAB, da UBES, de partidos políticos do campo da esquerda, sindicatos de diversas categorias e de movimentos populares.

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Foto Ricardo Stuckert

O ex-presidente Lula conclamou os trabalhadores e os nacionalistas a tomarem as ruas em defesa da Petrobrás. “Em vez de ficarmos chorando, vamos defender o que é nosso. Vamos defender a Petrobrás, porque defender a Petrobrás é defender o Brasil. Defender o Brasil é defender os trabalhadores brasileiros. Defender os trabalhadores é defender a democracia. E defender a democracia é defender a continuidade de um processo de revolução social que aconteceu neste país nestes últimos anos”, ressaltou. Lula discursou por 30 minutos e encerrou sua fala com um recado para os golpistas e entreguistas: “Eu quero paz e democracia, mas se eles não querem, nós sabemos brigar também”.

Nas ruas em defesa da Petrobrás

O ato na ABI marcou o lançamento do manifesto “Defender a Petrobrás é defender o Brasil”, que foi lido pelo petroleiro Deyvid Bacelar, representante eleito pelos trabalhadores para o Conselho de Administração da empresa. O ato foi o primeiro de muitos outros que serão realizados nas próximas semanas como parte de uma ampla campanha nacional em defesa  da Petrobrás. “No próximo dia 13, a CUT estará nas ruas, defendendo a Petrobrás e a agenda da classe trabalhadora”, anunciou o presidente da CUT, Vagner Freitas, se referindo a uma grande manifestação que acontecerá em março, em São Paulo, no vão livre do Masp, a partir das 15h.

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Ele ressaltou que a luta em curso é de “enfrentamento de classe”. “Não pensem que essa campanha sórdida que fazem para vender a Petrobrás a preço de banana pro capital internacional é um ato isolado”, alertou o sindicalista, ressaltando que “a bandeira contra a corrupção é dos movimentos sociais e não desta direita entreguista que quis mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax”. “Se querem combater a corrupção, vamos fazer a reforma política e acabar com o financiamento empresarial de campanha já”, frisou Vagner.

O escritor Eric Nepomuceno destacou que a Petrobrás é muito maior do que todos os ataques que tem sofrido. “É dever de que cada um de nós saia daqui com a noção clara do que está em risco. Precisamos estar atentos”, alertou. O físico Luiz Pinguelli Rosa foi enfático: “A imprensa já passou o recibo de que está numa campanha contra a Petrobrás. Punam-se os culpados, mas deixem a Petrobrás em paz”.

O representante da OAB, Wadih Damous,  alertou para os sérios ataques à ordem jurídica que vive o país. “É claro e óbvio que aqueles que praticam desvios têm que responder por isso, mas o que estamos vendo é uma série de irregularidades na condução da operação Lava Jato”, declarou. “A defesa da Petrobrás passa pela defesa do estado democrático de direito que está sob ameaça e não podemos permitir isso”, ressaltou.

João Pedro Stédile destacou que “o que está em jogo não é a corrupção, é o pré-sal”, lembrou que o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) já apresentou um projeto no Congresso para acabar com a lei de partilha. “Só temos uma forma de ganhar essa luta e é nas ruas”, declarou o líder do MST, mandando um recado aos petroleiros: “Nós marcharemos com vocês para o que der e vier”.

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O coordenador da FUP, José Maria Rangel, conclamou os trabalhadores da Petrobrás a voltarem a ter orgulho de serem petroleiros. “Nós não temos que ter vergonha de trabalhar em uma empresa que investe em nosso país mais de R$ 300 milhões por dia, que gera milhares de empregos e que representa 13% do PIB nacional”, ressaltou, lembrando ainda que “nenhuma empresa de petróleo investe tanto em pesquisa, quanto a Petrobrás”.

Zé Maria alertou para o risco de retrocesso nestas conquistas. “O que querem fazer no nosso país é voltar a Petrobrás de 2002 e isso nós não vamos aceitar porque a Petrobrás é de cada cidadão e cidadã brasileiros. E a nossa Petrobrás não é a do Paulo Roberto Costa, não é a Petrobrás do Barusco, não é a Petrobrás destes predadores internos e externos” ressaltou, chamando todos para se somarem à campanha em defesa da estatal. “Nós construímos essa empresa nas ruas, nós mudamos o rumo dela nas ruas e é nas ruas que defenderemos a Petrobrás, custe o que custar”.

Fonte: Imprensa da FUP Fotos: Roberto Parizotti/Agência CUT (galeria de imagens)

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