“Não há outro caminho para os petroleiros que não seja a mobilização”

 

Em convocatória aos petroleiros para que participem das assembleias a partir desta quinta-feira, 22, onde serão discutidos com a categoria os indicativos do Conselho Deliberativo da FUP, a direção da entidade reafirma que só a luta impedirá o desmonte da Petrobrás e a redução dos salários e direitos da categoria.

Leia a íntegra do informativo da FUP:

Petrobrás e petroleiros passaram do limite

A proposta de Pedro Parente de redução de salários e direitos, o editorial do jornal Estado de São Paulo comemorando “o fim da farra” das conquistas que garantimos nos últimos 13 anos e o anúncio do novo Plano de Negócios e Gestão são um recado claro da direita: a Petrobrás e os petroleiros passaram do limite!

Descoberta do Pré-Sal, prêmio OTC, grau de investimento, recuperação da indústria naval, valorização da engenharia nacional, participação de mais de 13% no PIB… passamos do limite!

A direita jamais aceitou o patamar em que ousamos colocar a Petrobrás, assim como jamais engoliu o fato de recuperarmos os direitos que nos foram usurpados no governo FHC e ainda avançarmos em novas conquistas. Essa é a disputa que move Pedro Parente e a turma a quem responde. O PNG e o editorial do Estadão são a prova disso.

Quando um jornal que é porta voz da direita reconhece os avanços que tivemos e tenta desqualifica-los é sinal do quanto incomodamos os rentistas deste país ao fazermos da Petrobrás uma das maiores empresas de energia do planeta, dando ao Brasil papel de destaque na geopolítica do petróleo.

Aos trabalhadores cabe reagir à altura e impedir o desmonte que está em curso no Sistema Petrobrás. A força da nossa categoria é o poder de organização e resistência. Não há outro caminho para os petroleiros que não seja a mobilização.

Só a luta nos garante. Não há tempo de vacilar Participe das assembleias!

PNG acelera e amplia a privatização

O novo Plano de Negócios acelera e aprofunda a privatização da Petrobrás, reduzindo drasticamente o tamanho da empresa. Estão previstos cortes de 25% nos investimentos e a venda de mais US$ 19 bilhões em ativos.

Para tentar justificar a privataria, a desculpa dos gestores é sempre a corrupção, quando todos os indicadores financeiros apontam que o problema da empresa é o mesmo que afeta todas as outras operadoras: a queda de mais de 60% nos preços do barril do petróleo. 

De forma oportunista e leviana, Pedro Parente se aproveita da situação e corre para vender tudo que for possível.  O objetivo é acabar de vez com a integração do Sistema Petrobrás, preservando apenas a área de E&P. Pelo que está posto no PNG, todo o resto será privatizado, seja através de vendas diretas ou de parcerias.

Além do impacto que esse desmonte irá gerar na economia do país, qual será o futuro dos petroleiros em uma empresa que sendo privatizada? Que condições de trabalho teremos? Como ficarão nossos direitos? Se alguém ainda tem dúvidas, é só ler o editorial do Estadão que lá encontrará as respostas. Ou reagimos enquanto há tempo, ou perderemos tudo o que conquistamos. 

Segurança não é marketing

Seria cômico se não fosse trágico. Em meio a todo o desmonte que os gestores preparam para a Petrobrás, vejam só a pérola de um dos slides da apresentação do novo PNG:

“Os empregados da Petrobras trabalharão em prol de uma empresa operacionalmente segura, financeiramente sólida, ética na condução dos seus negócios, que entrega o que promete, que gera valor e que aprende e evolui com toda a sociedade”.

O marketing de mentira desta gestão não tem limites! Uma empresa operacionalmente segura é aquela que cumpre as normas de segurança. Entregar o que promete é respeitar e cumprir acordos assinados. Entendeu, Pedro Parente?

Sem luta, adeus empregos e direitos

Reagir ao desmonte da Petrobrás é a única alternativa que temos para garantir nossos empregos e conquistas. A resposta aos ataques da empresa tem que ser imediata. A FUP e seus sindicatos convocam os trabalhadores para participarem ativamente das assembleias e aprovarem os indicativos do Conselho Deliberativo.

A “Operação Para Pedro” dará o pontapé na construção de outra greve nacional, que exigirá novas estratégias de mobilização da categoria. Por isso, é fundamental o engajamento total nessa operação, onde exigiremos o cumprimento rigoroso de todos os itens de segurança operacional e denúncia de quem descumprir ou assediar os trabalhadores.

Com a adesão de quase 20 mil petroleiros nos dois últimos PIDVs e a saída desses trabalhadores sem reposição das vagas, a categoria está ainda mais exposta a acidentes. A “Operação Para Pedro”, mais do que uma mobilização, é uma necessidade de preservação da vida. Só a luta te garante!

Direção Colegiada da FUP